08/05/07 11h34

Montadoras buscam alternativas para retomar exportações

Valor Econômico - 08/05/2007

Primeiro setor a ser beneficiado pela nova equipe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com a criação de um grupo de estudos sobre competitividade, a indústria automobilística se prepara para apresentar ao BNDES um detalhamento profundo dos motivos que começam a levar as fábricas de veículos instaladas no país a perder vendas externas para montadoras de outros países. Ainda ontem, o novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, pretendia entrar em contato com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para saber mais detalhes de como será o grupo de trabalho, anunciado pelo BNDES na semana passada por sugestão do ministro Miguel Jorge. Os dirigentes das montadoras estão animados com a iniciativa do governo de investigar as necessidades da cadeia produtiva de veículos. A Anfavea já vinha preparando o seu próprio estudo para apontar os efeitos da perda de competitividade no exterior, provocada pela valorização do real. Agora a entidade crê que seus argumentos serão ouvidos pelo grupo do BNDES. Schneider diz que, apesar de registrar recordes de vendas no mercado interno, esse setor não pode abrir mão da exportação. A participação das vendas de veículos para outros países na produção das fábricas instaladas no Brasil caiu de 33% há um ano para 28% no último mês.  No primeiro quadrimestre deste ano, os volumes da exportação do setor caíram 10,6%, num total de 243,2 mil unidades. Isso levou a uma retração menor, de apenas 0,5%, na receita com vendas externas, num total de U$ 3,718 bilhões. Isso ocorre porque em boa parte dos casos os fabricantes reajustaram preços no exterior. Conseqüentemente, houve queda nas vendas externas. Por outro lado, o setor está produzindo mais do que nunca por conta do ritmo frenético do mercado interno. O presidente da Anfavea acredita que a demanda crescente continua sendo estimulada não apenas pela queda nas taxas de juros como pela confiança do consumidor. "A economia tem muito do fator humano; quando sente segurança, o consumidor assume uma dívida", afirma Schneider.