Montadoras aceleram encomendas e forçam importação de aço galvanizado

Valor Econômico - 09/06/2008

A indústria automobilística está esquentando as linhas de produção de chapa galvanizada da indústria siderúrgica, impactando até a produção de zinco, que reveste as chapas galvanizadas contra a ferrugem. O setor revisou para cima, na semana passada, a previsão de produção de carros para este ano. A Usiminas está com suas linhas de galvanizado para o setor automobilístico trabalhando a plena carga e deve importar este ano 90 mil toneladas de aço galvanizado da Nippon Steel para atender as montadoras, disse o diretor de comercialização da empresa, Idalino Coelho Ferreira. Nos cálculos da siderúrgica, a vigorosa demanda por aço em vários setores de consumo intensivo do produto vai elevar as vendas locais em 2008 para 84% do total da produção da companhia, ficando somente os 16% restantes para exportações. O diretor comercial da Companhia Siderúrgica Nacional, Luís Fernando Martinez, informou que a empresa está ampliando sua produção da Galvasud para atender as montadoras. O executivo contou que a indústria de embalagens também é outra que está muito forte. "Estamos concorrendo com alumínio e PET. Mas, a embalagem de aço responde por 25% deste mercado, que transaciona cerca de R$ 35 bilhões/ano (US$ 21,5 bilhões/ano", contou. Além do setor automotivo, a indústria de construção civil e a de linha branca de eletrodomésticos também está aquecida e absorvendo muito aço. A Aços Villares, que produz longos especiais, também está ampliando produção para atender a construção civil e autopeças. Atualmente, 85% da produção da empresa vai para clientes do segmento de peças para a indústria automobilística. Em 2007, foram produzidas 700 mil toneladas de aços longos especiais pela Aços Villares. Este ano, serão 760 mil toneladas. A Villares tem três unidades de aço, todas em São Paulo.