21/12/10 11h03

Mogi garante expansão da GM

Valor Econômico

No fim de 1999, a General Motors inaugurou em Mogi das Cruzes (SP), na região do Alto Tietê, uma fábrica dedicada exclusivamente à produção de peças estampadas de reposição para carros que saíam de linha. Servia para socorrer proprietários de velhos Monzas e Chevettes que precisavam consertar os veículos. Com a expansão do mercado de carros novos, as linhas de Mogi desenvolveram uma nova vocação: passaram a produzir estampados, como portas, capôs e paralamas, também para veículos em produção. Foi uma forma encontrada para desafogar as fábricas irmãs, sufocadas pelo crescimento da demanda.

A operação de Mogi é um exemplo de onde pode chegar a criatividade da manufatura automotiva quando as vendas crescem. Várias montadoras desenvolveram métodos para elevar o ritmo de produção antes de investir em ampliação industrial. A própria GM costuma transportar carros de uma fábrica para outra para a finalização da pintura. A solução encontrada em Mogi das Cruzes é única no mapa mundial de manufatura da General Motors. Quando foi inaugurada, a operação parecia fadada a ser uma eterna produtora de peças para os modelos velhinhos, fora de linha. E, de fato, foi assim há até três anos.

A maior vantagem de usar as instalações de Mogi para ajudar no processo de montagem de outras fábricas é a localização. O prédio industrial fica entre duas importantes fábricas da GM - São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e São Caetano do Sul, no ABC - e ainda é vizinho do Rodoanel: 10 quilômetros o separam da estrada que chega para aliviar o tráfego de caminhões que cruzam os centros urbanos de São Paulo. Dali saem peças que irão se juntar a outras para montar carros em São José dos Campos, distante 58 quilômetros de Mogi, e também em São Caetano do Sul, que fica a 50 quilômetros. Esse deslocamento de componentes vem crescendo. Segundo Francisco Torrez, superintendente de manufatura, o volume de viagens aumentou quatro vezes desde 2008.

Em 2010, saíram dessa fábrica 10,1 milhões de peças, o que correspondeu a um crescimento de quase 19% na comparação com 2009. A meta para 2011 é avançar para 10,6 milhões de itens. Trata-se de um grande salto para uma empresa que nasceu com a produção anual de 1,5 milhão de peças. Os 837 operários da produção se revezam em dois a três turnos, dependendo da área. A GM tem aberto mais vagas na unidade e pretende chegar ter em 2011 total de 1,2 mil trabalhadores incluindo mensalistas e terceirizados. Falta, ainda, um complemento: Como em todas as fábricas da montadora no país, os funcionários de Mogi vão ganhar um clube. A área de recreação, de 7,5 mil metros, com direito a churrasqueira, ao lado da fábrica, já está quase pronta.