Moda do papel reciclado dá novo nicho à indústria
Valor Econômico - 18/01/2007
Pode ser extrato bancário, cartão de visitas, catálogo de produtos, convite de casamento ou simplesmente um papel para impressão que a indústria chama de "cut size" e o consumidor, de sulfite. Até mesmo o Post-it, o famoso bloquinho de recados da 3M, ganhou um modelo "ecologicamente correto". Nos mais diferentes formatos e, em alguns casos, cores, o papel reciclado conquistou o mercado corporativo, cresce no varejo e muda a estratégia de produção das fabricantes de papel. A International Paper (IP), que possui unidade de Operações Florestais em São Paulo, passou a dedicar parte de sua produção para fabricar papéis reciclados e, mais recentemente, o seu tradicional papel sulfite Chamequinho - que nasceu em 1979 - ganhou essa versão. O grupo paulistano Bignardi, fabricante de papel e da marca de cadernos Jandaia, associou-se há cinco anos ao Greenpeace para entrar firme no mercado de reciclados. Colocou no varejo a linha de papéis Eco Milênium e uma extensa gama de produtos de escritório, como agendas e cadernos. No primeiro ano, produzia modestas 100 toneladas por mês. Agora, são 1,5 mil toneladas mensais. A empresa fatura US$ 138,7 milhões. A Suzano, dona do "Reciclato", por exemplo, compra aparas de papel de 3,7 mil cooperados, beneficiando 13 mil pessoas. Quando estreou no segmento, em 2001, era atendida por três cooperativas e produzia 400 toneladas por mês. Hoje, são 3,3 mil, o equivalente a 4% dos negócios da companhia.