22/01/09 10h48

Missão brasileira com 90 empresários vai prospectar negócios no Norte da África

Valor Econômico - 22/01/2009

O Norte da África volta ao radar de empresas e do governo na próxima semana, quando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior chegará à Líbia, com uma comitiva de 90 empresários e dirigentes de associações empresariais que também visitará a Argélia, a Tunísia e o Marrocos. "Queremos vender e botar as empresas para fazer contatos diretos, explorar oportunidades de investimento", diz o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. Como é tradicional nas relações com países africanos, os mais interessados são as construtoras brasileiras, mas há executivos de dez setores participando da missão à África, entre eles o de alimentos e de equipamentos de defesa. Uma das maiores apostas do governo brasileiro é a disputa da Odebrecht e Atech com empresas russas e chinesas para construção do centro de Pesquisa e Tecnologia de Armamentos do Ministério de Defesa argelino, um investimento de US$ 1,6 bilhão. "Com a crise, temos de diversificar mercados e a África desperta nosso interesse", comenta o secretário-executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Mugnaini, um dos participantes da missão empresarial que acompanha Miguel Jorge. O setor de bens de capital exporta pouco para esses países, e o maior mercado é a Líbia, com apenas US$ 30 milhões em importações no ano passado, seguida pela Argélia (US$ 18 milhões). O setor vê possibilidades de venda de equipamentos agrícolas, para construção de estradas e para a indústria de petróleo, diz o executivo. Os projetos de infra-estrutura em todos esses países despertam forte interesse das empresas brasileiras de construção, como a Andrade Gutierrez e a Odebrecht, que já têm obras contratadas com alguns desses governos. A Odebrecht constrói o terceiro anel viário de Tripoli, capital da Líbia, um investimento de US$ 250 milhões e também o aeroporto internacional da capital. Entre as empresas que participam da missão, a maioria já com negócios com os países visitados, estão também a Grendene, a Random, a Sadia e Avibrás. Também estarão na comitiva dirigentes das associações das indústrias têxtil, de bens de capital e de produtores e exportadores de frango.