21/02/11 11h42

Minoru, ex-Abyara, une-se ao BTG Pactual

Valor Econômico

Em evidência pela aquisição do Panamericano, o BTG Pactual - sem alarde - faz movimentos estratégicos também em outras áreas. A agressividade característica do banco já marca a sua presença no mercado imobiliário. Longe dos holofotes, no ano passado, registrou R$ 4 bilhões (US$ 2,4 bilhões) em fundos imobiliários e arrematou os endereços mais cobiçados de São Paulo e do Rio. Agora, aposta no improvável mercado residencial, segmento que não costuma atrair os bancos. Para comandar a área, elegeu Celso Minoru Tokuda, nome familiar para quem entende do ramo imobiliário.

Minoru fez fama como corretor e foi um dos fundadores da Abyara, empresa que não resistiu à crise e terminou nas mãos da Veremonte, do espanhol Enrique Bañuelos. É conhecido pela habilidade na compra de terrenos e pelo que chama de inteligência imobiliária: nos anos 80 e 90 criou e difundiu novos conceitos de produtos. Segundo o Valor apurou, Minoru será sócio do banco. O desenho da sociedade ainda não está concluído e o segmento residencial será um braço da área de asset management do banco. Procurados, BTG Pactual e Minoru Tokuda não se pronunciaram sobre o assunto.

Segundo fontes, a plataforma residencial fará parceria com incorporadoras e o capital para financiar os projetos deve vir tanto dos fundos, quanto do próprio banco. A área, cuja equipe está sendo montada, inclui também salas comerciais de pequeno porte - febre do setor nos últimos dois anos. Dos quatro fundos imobiliários que o BTG registrou na CVM e do quinto que está em análise, pelo menos dois estão diretamente ligados ao negócio residencial. Há fundos de desenvolvimento imobiliário e permutante, que investe em terrenos (residencial ou comercial) para fazer permuta com as incorporadoras por unidades autônomas dos empreendimentos. O valor total da oferta de cada fundo, ou seja, quanto o banco espera captar, é de R$ 1 bilhão (US$ 588,2 milhões).

Se a área residencial ainda é embrionária, no segmento comercial o banco está bastante ativo. Comprou 50% do Ventura, um dos mais modernos edifícios corporativos do Rio. Adquiriu, em parceria com o grupo Malzoni, parte do edifício que pertencia à Brookfield, em um dos endereços mais cobiçados da avenida Faria Lima. Com conclusão prevista para o fim deste ano, será a sede do banco. O banco, segundo o Valor apurou, estuda a aquisição de outros ativos e pretende ampliar sua atuação na área de galpões logísticos. O BTG Pactual também comprou duas torres do Complexo JK, da construtora WTorre, além de 40% de participação em um terreno próximo ao shopping Morumbi, em São Paulo, onde será erguido edifício comercial de 96 mil2.