12/06/08 15h15

Ministério já projeta receita agrícola de US$ 94,1 bilhões

Valor Econômico - 12/06/2008

O novo ajuste para cima na projeção oficial para a produção brasileira de grãos nesta safra 2007/08 e a valorização das commodities nos mercados internacional e doméstico levaram o Ministério da Agricultura a novamente elevar sua estimativa para a renda agrícola ("da porteira para dentro") das 20 principais lavouras do país este ano. Segundo cálculos de José Garcia Gasques, coordenador de planejamento estratégico da Pasta, a receita conjunta do grupo deverá alcançar o recorde de R$ 153,408 bilhões (US$ 94,1 bilhões), 0,69% mais que o previsto em maio e 14,47% acima do que se esperava em dezembro para 2008. Em relação ao ano passado, o incremento é de 17,9%. Na comparação com a maior marca obtida até agora, em 2003, a alta chega a 10,5%. Todas as tendências apontadas desde o fim de 2007 por Gasques foram reforçadas nesse último levantamento. Assim, a soja fortalecerá sua condição de carro-chefe do campo brasileiro, o milho confirmará forte recuperação e reassumirá o segundo posto entre as lavouras de maio renda e a cana voltará mesmo para o terceiro posto, uma constante na primeira metade desta década. Para a soja, a nova projeção do ministério é de renda agrícola de R$ 43,153 bilhões (US$ 26,5 bilhões). O milho, por sua vez, tem sua receita projetada em R$ 25,893 bilhões (US$ 15,9 bilhões), 35,6% acima do resultado do ano passado e 23,8% superior à sua maior marca, também de 2003. Diferente fase vive a cana, cujos preços recuaram mais de 30% no ano passado em São Paulo e a tendência se reflete nas atuais projeções de renda. Conforme o ministério, os canaviais gerarão no país receita de R$ 18,763 bilhões (US$ 11,5 bilhões) em 2008, 11% abaixo do recorde do ano passado. Apesar da cana, São Paulo mantém a ponta no ranking das rendas agrícolas estaduais. De acordo com os números do ministério, a receita estadual será de R$ 24,559 bilhões (US$ 15,1 bilhões), 6,1% mais que em 2007. A receita dos canaviais deverá recuar 13,4% no Estado este ano, para R$ 10,049 bilhões (US$ 6,2 bilhões), mas a queda é compensada sobretudo por aumentos projetados para laranja, milho, soja e café.