14/02/11 15h15

Microsoft escolhe o país para implantar nova área de negócios

Valor Econômico

O Brasil tornou-se um dos três mercados prioritários para a área de indústria da Microsoft Corporation, depois dos Estados Unidos e da Alemanha. Na semana passada, a subsidiária brasileira da companhia iniciou a nova abordagem de projetos e inovação junto a grandes corporações em três segmentos econômicos prioritários para a empresa de software. Inicialmente, o foco da nova divisão concentra-se nos setores de manufatura e recursos naturais (com segmentos como automotivo, petróleo e gás, e energia e serviços), distribuição e serviços (incluindo as áreas de bens de consumo, varejo e hoteleira) e serviços financeiros (para os setores bancário, de seguros e mercado de capitais).

O Brasil foi escolhido pela Microsoft para implantar o modelo de negócios - que vem sendo aplicado há cinco anos nos outros dois países -, devido ao potencial das empresas locais para acelerar projetos de inovação, afirma o diretor mundial de manufatura e recursos naturais da empresa, Çaglayan Arkan. "Enxergamos o Brasil como um mercado vibrante e com muita possibilidade de crescimento industrial", afirma Arkan. O diretor de negócios e parceiros de grandes empresas da Microsoft Brasil, Marco Bravo, ressalta que os segmentos selecionados pela companhia também são os mais representativos para o país. "Temos o varejo brasileiro, o setor de recursos naturais - especialmente em petróleo e mineração, nos quais temos acompanhado o trabalho de empresas como Petrobras e Vale - e o mercado financeiro, que agora está buscando expansão internacional", diz o executivo.

A expectativa de crescimento da área de software no Brasil também corroborou para a decisão da Microsoft de elevar a importância do país dentro do grupo. De acordo com a consultoria Gartner, a receita do mercado brasileiro de software cresceu 13% no último ano, saindo de US$ 2,41 bilhões em 2009 para US$ 2,75 bilhões em 2010. A estimativa de avanço até 2014 é de 12,4% ao ano, em média. "A projeção da [consultoria] IDC para o mercado brasileiro representa o dobro da expectativa de avanço do mercado mundial (de 5% a 7% ao ano) nos próximos três anos", afirma o analista de mercado de software da IDC Brasil, Samuel Carvalho. Segundo ele, a representatividade do país no mercado mundial de software deve crescer de 1,5% para 1,8% até 2014.

Além de um time de cinco executivos contratados especialmente para liderar os três mercados-chave da nova divisão, a Microsoft contará com o suporte de 30 parceiros tecnológicos, incluindo empresas como Chemtech, especializada no setor de petróleo e gás, Siemens, AspenTech e Apriso, que oferecem soluções para diferentes áreas de manufatura.