Micro e pequeans entre as favoritas na disputa
Programa Sebrae no Pódio pretende capacitar até 8 mil empresas a atuarem como fornecedoras dos Jogos; produtores rurais serão selecionados para garantir o suprimento de alimentos orgânicos
Brasil EconômicoDesde a sua primeira edição, em 1986, os Jogos Olímpicos modernos são dominados pelas grandes potências, casos de Estados Unidos, Alemanha, Grã-Bretanha, França, da extina União Soviética e, mais recentemente, da China. A tendência, tudo indica, será mantida na próxima temporada, quando o Rio de Janeiro se tornará a primeira cidade da América do SUl a promover a maior festa do esporte mundial.
Mas, se as nações com menor poder de fogo deverão seguir no pé do quadro geral de medalhas, micro e pequenos negócios brasileiros terão lugar de destaque nos bastidores das competições. Tudo isso graças ao programa Sebrae no Pódio, lançado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) após a assinatura de um convênio, em abril de 2013, com o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. "Até agora, 4 mil empresas de menor porte marcam presença no portal do Comitê, como candidatas a fornecedoras. O número deve subir para 8 mil no ano que vem", destaca Francisco Martins, o coordenador do projeto.
A proposta do Sebrae no Pódio guarda muitas semelhanças com o trabalho de prospecção de talentos para pistas, piscinas e quadras executado pelos gigantes do esporte mundial. A equipe do Serviço apresenta, Brasil afora, as oportunidades que os Jogos Olímpicos representam para micro e pequenos empresários. Identificados os potenciais "competidores", os técnicos do órgão realizam diagnósticos gratuitos, qeu avaliam a qualidade da gestão dos interessados. A partir daí, tem início o suporte, por meio de consultorias e cursos de qualificação e capacitação. Na etapa final, os empreendedores serão certificados com base nos padrões do United Nations Standard Products and Services Code (UNPSC) - o que os habilita, inclusive, a operarem no mercado externo - e receberão senha e login para se cadastrar como forencedores no porta do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, no qual podem acompanhar o andamento e a oferta de concorrências. "Atuamos em 24 Estados, onde já conversamos com mais de 20 mil empresários. E a maratona prossegue," comenta Martins.
O programa Sebrae 2014, desenvolvido sob medida para o Campeonato Mundial de Futebol, realizado no Brasil, no ano passado, serviu de referência para a elaboração do projeto voltado às Olimpíadas. Logo de cara, 1.300 emmpresas que se candidataram a torcedoras do torneio foram selecionadas para o Sebrae no Pódio, cujo leque contempla mais de 12 ramos de atividades, entre os quais agências de publicidade, lavanderias, gráficas, construtoras, confecções e fabricantes de móveis. "O trabalho ganhou em agilidade, pois os responsáveis pela organização dos Jogos Olímpicos apresentaram com grande antecedência a relação de produtos e serviços que seriam demandados pelo evento", diz Martins. "No caso da Copa do Mundo, tivemos que deduzir que setores deveriam ser acionados, pois a Fifa não apresentou lista prévia de compras".
COmo a competição por um lugar ao sol nas Olimpíadas é dura, uma das propostas apresentadas aos candidatos a fornecedores da competição é a formação de consórcios. A ideia já foi abraçada, entre outros, por um grupo de 150 lavanderias que pretendem prestar serviços na Vila Olímpica e Paralímpica, situada na Barra da Tijuca, e pelos empresários que, selecionado pelo Sebrae, estiveram em Londres no fim do ano passado em missão de benchmark (ver reportagem nesta edição). "O associativismo vem encontrando boa receptividade", assinala o coordenador do Sebrae no Pódio. "Só em Minas Gerais, há dois novos grupos interessados em somar forças: fabricantes de fogos de artifício da região de Divinópolis e empresas de metalmecânica de Ipatinga."
Nos próximos meses, o trabalho do Sebrae será estendido ao campo. Em parceria com empresas de cathering cadastradas junto ao Comitê Organizador,, o órgão de fomento vai organizar rodadas de negociação com produtores rurais de menor porte. O objetivo é garantir o suprimento de alimentos orgânicos para os Jogos Rio 2016. "A intenção é que 100% dasrefeições servidas aos atletas tenham como intredientes alimentos orgânicos. Este foco na sustentabiliadade será um dos grandes diferenciais do evento", prevê Marins.
O legado maior, sem dúvida, ficará por conta da qualificação, comk direito a certificação internacionl, e da ampliação dos horizontes de milhares de empreendimentos brasileiros. O sebrae já vem promovendo a aproximação entre grandes fornecedores estrangeiros dos Jogos Olímpicos e negócios nativos de menor porte. Depois do encerramento das competições no Rio de Janeiro, em 21 de agosto do próximo ano, será chegada a hora de dar sequência a esse trbalho no plano externo. "Já estamos desenvolvendo um sistema de inserção internacional das micro e pequenas emrpesas cadastradas como fornecedoras dos Jogos Rio 2016", revela Marins. A ideia é abrir espaço para que elas participem dos Jogos de Tóquio, em 2020, e de outros grandes eventos no exterior".