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Meta de nova política industrial é exportar US$ 210 bi em 2010

Valor Econômico - 27/09/2007

O governo identificará setores e empresas para incentivar ativamente a consolidação de grandes conglomerados exportadores, com financiamento do BNDES e a revisão das leis que dificultam fusões e aquisições. Essa é uma das principais linhas de ação da política industrial apresentada ontem pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ao Conselho de Política Econômica. O objetivo do governo será alcançar exportações equivalentes a algo entre 1,25% e 1,5% do mercado mundial e um nível de investimento igual a 21% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2010. A modesta fatia do mercado internacional que o governo fixou como meta significará um crescimento de, pelo menos, 11% a 12% nas vendas externas nos próximos anos, até chegar a exportações superiores a US$ 210 bilhões em 2010. O aumento da taxa de investimentos, atualmente em 16,8%, é considerado essencial para o sucesso da política industrial. Outro dos pontos defendidos por Luciano Coutinho é o aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, para o qual haverá reforço das linhas existentes. O presidente do BNDES reafirmou a ênfase que pretende dar ao financiamento de grandes cadeias industriais com impacto na economia e perspectivas de exportação, como o setor naval, o automobilístico e o petroquímico. Coutinho citou, como exemplo da ação que quer transformar em política de Estado, o financiamento do banco à compra da Swift Armour pela Friboi, que tornou o frigorífico brasileiro o maior do mundo. O governo, segundo explicou um participante da reunião, deverá ser mais ativo nesse tipo de negociação, e identificará empresas com potencial de assumir papel de liderança em processos de consolidação, para os quais serão destinadas linhas de financiamento do BNDES.