24/05/07 11h03

Mesmo com uma taxa de juro menor, Brasil segue atraente

Valor Econômico - 24/05/2007

O mercado financeiro no Brasil aproveitou o momento de bons retornos e alta liquidez das bolsas de valores nos últimos anos para avançar alguns degraus no seu grau de desenvolvimento. Com isso, atingiu destaque entre os emergentes na oferta de ativos financeiros diferenciados, como ações de empresas com garantias de governança corporativa, papéis de mercado futuro com elevada complexidade e artifícios que permitem aos investidores peripécias impensáveis em outros emergentes. Esse novo ambiente institucional garante o Brasil como mercado atrativo mesmo com taxas de juros menores, diz Peter Douglas, fundador e principal sócio da GFIA, empresa de consultoria e gestão de "hedge funds" em Cingapura. Ele é especializado em mercados emergentes, mirando principalmente os mercados latino-americano e asiático. O executivo virá ao Brasil no fim do mês para uma apresentação sobre riscos e desenvolvimento dos "hedge funds" globalmente, no 4º Congresso de Fundos da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid). Douglas reconhece que os mercados emergentes funcionam em ciclos, que seguem a liquidez mundial, e que, em algum momento, poderá haver uma reviravolta e o período de alta será interrompido. No entanto, ele destaca que o Brasil ainda leva vantagem ante outros emergentes, porque a alta do preço das commodities ainda estão distantes de uma desvalorização. Além disso, o Brasil é a única economia emergente com juros ainda em queda, enquanto todas as outras estão elevando suas taxas. Isso aumenta o potencial de alta das ações do mercado interno. Na América Latina, a GFIA observa de perto também os mercados da Argentina e do Chile, mas Douglas diz que dá preferência ao Brasil, até por ser o maior mercado na região.