29/12/08 11h58

Mesmo com crise, lista de concessões para 2009 alcança US$ 32.6 bi

Valor Econômico - 29/12/2008

Apesar da crise financeira, o governo mantém planos de leiloar em 2009 projetos de infra-estrutura com investimentos de pelo menos R$ 75 bilhões (US$ 32.6 bilhões) em recursos privados. São concessões de usinas hidrelétricas, linhas de transmissão, rodovias, ferrovias e portos que deverão ser licitados até dezembro. A justificativa das autoridades federais para seguir adiante com o cronograma planejado é que os projetos, além de funcionar no curto prazo como medida anticíclica para combater a desaceleração da economia brasileira, são essenciais para evitar futuros "apagões" de infra-estrutura e sustentar a retomada do crescimento mais vigoroso. As concessões englobam investimentos de US$ 11 bilhões no Trem de Alta Velocidade (TAV), entre Rio e São Paulo, cujo edital é prometido para maio. Há perspectivas ainda de entregar à iniciativa privada um novo trecho da Norte-Sul, entre Palmas (TO) e Estrela D'Oeste (SP), e a construção da Leste-Oeste, na Bahia. O presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, diz que o sucesso dos leilões de 2009 está muito atrelado à velocidade de recuperação do crédito para as empresas. O presidente da Abdib elogia as medidas tomadas até agora pelo governo, mas alerta que em breve "o cobertor pode ficar curto". Se não houver sinais claros de reativação ao longo de 2009, é melhor adiar algumas concessões do que licitá-las em um cenário de escassez de crédito, cogita Godoy. Nesse contexto, ele sugere ao governo selecionar suas prioridades, deixando projetos menos urgentes para outro momento. O governo promete inaugurar em 2009 as concessões de portos e aeroportos à iniciativa privada. No segundo semestre, planeja licitar terminais privados em Manaus e no sul da Bahia. Até o fim de junho, o modelo de concessão de aeroportos ficará pronto, abrindo o caminho para o lançamento dos editais de leilão do Galeão e de Viracopos nos meses seguintes. Nesses casos, entretanto, ainda não há estimativa dos investimentos.