04/09/07 10h56

Mercado interno puxa alta de 6,5% nas vendas da indústria

Folha de S. Paulo - 04/09/2007

O aquecimento do mercado interno tem impulsionado as vendas na indústria, que em julho subiram 6,5% na comparação com o mesmo mês de 2006 e acumulam no ano uma alta de 3,3%. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o maior dinamismo interno compensa o dólar baixo, que afeta o faturamento em reais das empresas exportadoras. "Esses dados mostram que a demanda interna está forte e tem sido suficiente para dar um maior dinamismo à indústria", afirma Paulo Mol, da Unidade de Política Econômica da CNI. Os dados divulgados fazem parte do boletim mensal "Indicadores Industriais", que mostra ainda que o crescimento das vendas em relação ao mês de junho cresceu 1,2% (dado dessazonalizado). Isso ocorreu mesmo com a valorização do real de 2,5% no mês. Nos 12 meses encerrados em julho, a valorização é ainda maior: 14%. Mol estima que o desempenho das vendas no ano deva ficar próximo ao visto em 2004, quando a expansão foi de 5,4%. Mol explicou, no entanto, que o desempenho das vendas no ano está concentrado em poucos segmentos: alimentos e bebidas (6,7%), máquinas e equipamentos (15%) e metalurgia básica (10,6%). Os três respondem por 92% do crescimento das vendas e por pouco mais de um terço da produção industrial brasileira. Além disso, Mol ressaltou o fato de todos os indicadores terem ficado positivos em julho. Os salários pagos na indústria de transformação subiram em julho 5,6%. No ano, acumulam alta de 4,9%. O desempenho é maior que a variação do total de pessoas empregadas na indústria -em julho, houve crescimento de 3,7% no número de empregados. Trata-se do maior avanço desde março (3,9%). Já a utilização da capacidade instalada (indicador que mede a utilização do total de máquinas e equipamentos de uma indústria) em julho chegou a 82,5%, ante 80,5% em julho de 2006 e 82,4% em junho deste ano. O dado dessazonalizado (sem os efeitos típicos de cada período) ficou em 82,6%, acima dos 80,7% em julho de 2006 e dos 82,2% de junho deste ano. Segundo a CNI, a expansão da capacidade reflete o avanço da ocupação e do número de horas trabalhadas na indústria de transformação -as horas trabalhadas apresentaram um crescimento de 4,7% em julho e de 3,8% no acumulado do ano.