05/01/10 11h39

Mercado eleva previsão para o PIB

O Estado de S. Paulo

O ano começou com reforço do otimismo do mercado financeiro com o desempenho da economia em 2010. Pesquisa semanal publicada ontem pelo Banco Central mostra que os analistas financeiros aumentaram a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 5,08% para 5,20%.

Com a segunda alta seguida, a estimativa atinge o maior patamar desde 2006, quando começaram a ser coletadas as previsões para 2010. A previsão, no entanto, ainda é menor do que a do próprio Banco Central que, no último Relatório de Inflação, divulgado há duas semanas, estimou em 5,8% a expansão da economia brasileira neste ano. Na pesquisa divulgada ontem pelo BC, para os cerca de 80 economistas consultados o Brasil deve ter crescimento econômico semelhante ao observado em 2008, quando o País teve expansão de 5,14%, e comparável ao registrado em 2007, quando cresceu 6,09%.

O setor industrial vai liderar essa recuperação em 2010, já que a atividade industrial deve crescer expressivos 8% no ano, preveem os economistas. Esse cenário não lembra em nada o fraco desempenho esperado para 2009, cujos números fechados serão conhecidos nos próximos meses.

Na avaliação do mercado, o PIB brasileiro deve ter queda de 0,24% em 2009, pois a crise diminuiu a demanda interna e externa, o que levou a uma retração da economia. A redução da atividade econômica será liderada pelo segmento industrial, que deve amargar produção 7,58% menor na comparação com 2008, estimam os analistas consultados pelo BC.

Em meio à forte recuperação da economia esperada para 2010, o mercado manteve a previsão de que o BC terá de iniciar um ciclo de aumento dos juros para, assim, conter a demanda e impedir o aumento desenfreado dos preços. Para os analistas, a taxa básica de juro, a Selic, deve começar a subir em abril, quando deve passar dos atuais 8,75% para 9,25% ao ano. Em seguida, novas altas são esperadas em junho, julho, setembro, outubro e dezembro. Ao fim de 2010, o juro deve estar dois pontos porcentuais maior, em 10,75%. Para a inflação, foi mantida a expectativa de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ter alta de 4,50% em 2010. O número previsto está exatamente no centro da meta para o ano.