14/09/09 10h42

Mercado de rede inteligente já atrai o interesse de múltis

DCI

Um novo mercado de cerca de US$ 8 bilhões deve ser aberto no próximo ano no Brasil e já movimenta multinacionais distribuidoras de energia e gigantes multinacionais. É a chegada da rede elétrica inteligente, conhecida pelo termo inglês smart grid, cuja implantação no Brasil começaria com a troca dos 63 milhões de medidores analógicos existentes no País por aparelhos eletrônicos. Especialistas preveem que o investimento gire em torno de US$ 120 por cliente.

A previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que até o fim do ano as especificações dos leitores inteligentes estejam definidas para que em 2010 comecem os investimentos na substituição dos medidores analógicos. Ainda não há definição de prazos para a troca, mas o impacto da nova tecnologia promete ser grande: estima-se que o prejuízo das empresas elétricas, por furtos ou problemas técnicos, seja de R$ 7,5 bilhões por ano (US$ 4,1 bilhões).

Os Estados Unidos e a Europa já estão bem mais avançados no implemento dessa tecnologia, que envolve muito mais do que apenas medidores tecnológicos. A multinacional alemã Siemens já prevê fechar este ano com pedidos da ordem de 1 bilhão de euros (US$ 1,456 bi) relacionados a essa tecnologia e espera totalizar 6 bilhões de euros até o ano de 2014. "Esperamos nos tornar líderes mundiais nesse segmento, já que somos a companhia com o maior protfólio de produtos e serviços voltados para essa nova tecnologia, que trará muitos benefícios a empresas e a consumidores. Queremos ter cerca de 20% desse mercado que deve chegar a ser de 30 milhões de euros em cinco anos", afirmou, em entrevista exclusiva ao DCI, o presidente mundial do segmento de Energia e Distribuição da Siemens, Ralf Christian. "No caso do Brasil, os planos da Siemens com relação ao smart grid são de longo prazo, mas estamos presentes em vários projetos do PAC que envolvem transmissão e distribuição de energia, o que já é um primeiro passo", afirmou Christian.

Um reforço para a multinacional foi a recente aquisição da parte majoritária da empresa de energia renovável Energy 4U por meio da Siemens IT Solutions and Service. "Com a Energy 4U passamos a ter know-how em soluções de gerenciamento de dados, entre outros benefícios", disse Christian, lembrando que atualmente a Siemens é a única que atua tanto em TI (tecnologia da informação) como em energia.