16/04/10 11h12

Mercado de óculos avança menos que o esperado, mas companhias investem

Valor Econômico

A indústria óptica brasileira quer recuperar terreno e prevê expansão de 20% em 2010 e de 25% em 2011. Em 2009, o faturamento do setor foi de R$ 12,9 bilhões (US$ 6,6 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica). Esse resultado representou um aumento de 16% em relação a 2008, mas o setor esperava uma performance duas vezes maior. Segundo Bento Alcoforado, presidente da Abióptica, as maiores empresas do setor vão buscar crescimento por meio de aquisições. Outro instrumento de expansão serão as franquias. "Também temos ações de combate à pirataria e conscientização do varejo", diz Alcoforado. Ele conta que até mesmo uma parte do comércio formal comercializa produtos pirateados ou contrabandeados. O presidente da Abióptica estima que atualmente a pirataria já representa 40% do mercado total. Os óculos são o segundo produto mais pirateado do Brasil, perdendo apenas para os CDs.

Mesmo assim, o mercado nacional atrai investidores, como o fundo de investimentos Hal, que escolheu as aquisições como principal atalho para abreviar seu crescimento no país. Depois de comprar as redes Fábrica de Óculos e Fotoptica no ano passado, a holandesa Hal está conversando com cerca de 10 potenciais alvos de aquisição, revela o diretor da Hal no Brasil, Marcello Macedo. Ele não soube estimar quanto a Hal teria para comprar redes de varejo no país, mas observou que o fundo tem € 4 bilhões.

A Hal também vai investir até R$ 40 milhões (US$ 22 milhões) para abrir 80 lojas próprias em dois anos. A meta do fundo é ter uma rede de 500 estabelecimentos até 2012. Atualmente são 124. Outro caminho de expansão serão as franquias. Com 260 lojas no país, a rede Óticas Carol pretende ter 320 unidades até o fim de 2010, conta o presidente da Amaro Participações, Marcos Amaro, controladora da empresa. Até 2011, o executivo, filho do comandante Rolim Amaro, fundador da TAM, acredita em 380 lojas, basicamente franquias.

Amaro conta que também pretende investir na expansão da loja de luxo Opart, que tem atualmente apenas uma unidade aberta. Até o fim de 2010, o executivo diz que serão cinco estabelecimentos. Os investimentos no setor também serão realizados pelas fabricantes de lentes. A francesa Essilor vai investir R$ 75 milhões (US$ 41,7 milhões) em 2010 em ampliação de produção. "A ideia é investir em torno de 20% do faturamento para ampliar em 20% nossa capacidade industrial", diz o presidente da Essilor, no Brasil, Thomas Bayer. A empresa também vai aumentar o número de centros de tratamento de lentes antirreflexo de sete para dez unidades.