Mercado de escritórios aquece em São Paulo
Valor EconômicoO mercado paulistano de locação de escritórios comerciais de alto padrão começou o ano aquecido, de acordo com a presidente da Cushman & Wakefield para a América do Sul, Celina Antunes. "Tivemos um dezembro agitadíssimo em relação a fechamento de contratos. O mês de janeiro também está super quente na busca de espaços pelas empresas. A palavra expansão voltou para a pauta de locação de escritórios", conta a executiva.
Há um otimismo por parte de empresas e investidores, segundo ela, condicionado às expectativas de aprovação da reforma da Previdência e de equilíbrio tributário. "A reforma da Previdência será um divisor de águas do futuro do Brasil", afirma Celina.
Levantamento da Cushman aponta que o mercado paulistano fechou 2018 com taxa de vacância de 21,5%, abaixo do indicador de 24,5% registrado no fim do ano anterior. A redução da taxa que mede a quantidade de espaços disponíveis em relação ao total resultou do aumento da absorção líquida - diferença entre áreas contratadas e devolvidas - e da diminuição das entregas.
Mesmo assim, o preço médio mensal pedido por metro quadrado ficou em R$ 89,07, no quarto trimestre de 2018, 7% abaixo dos R$ 95,79 no mesmo período do ano anterior.
Segundo a representante da Cushman, são esperados aumentos para as absorções bruta e líquida, e há expectativa de queda de cinco pontos percentuais na taxa de vacância. O preço médio de aluguel pedido tende a se estabilizar neste ano.
O movimento de alta ficará mais para frente, de acordo com Celina, pois ainda há muita disponibilidade de espaços em regiões como Chucri Zaidan e Chácara Santo Antônio, na zona Sul da capital paulista, que puxam a média dos valores para baixo. "Quem quer área grande é obrigado a ir para essas regiões", afirma Celina. A região da Chucri Zaidan manteve bom volume de absorção em 2018.
Por outro lado, os preços de aluguel pedidos têm subido em regiões com menos oferta, como a da Avenida Paulista, da Faria Lima e da Juscelino Kubitschek, também na zona Sul, de acordo com a executiva da Cushman.
Estão previstas, de acordo com o levantamento da consultoria, entregas de um empreendimento na Marginal Pinheiros e de outro na Paulista, no total de 33,3 mil metros quadrados, ambos no primeiro semestre. No entendimento da Celina, o desenvolvimento de novos projetos deve ser retomado quando a taxa de vacância ficar abaixo de 20%.
Segundo a executiva, há empresas sediadas no Rio de Janeiro interessadas em se mudar para São Paulo. Isso contribui para aumentar a demanda por escritórios na capital paulista. A executiva avalia que serão necessários mais dois anos para que o mercado carioca de escritórios comece a melhorar. A recuperação desse mercado tem se mostrado mais lenta do que se esperava, e a vacância deve continuar elevada.
No fim do ano passado, a vacância de escritórios estava em 40,2% no Rio, ante 41,1% no fim de 2017. O preço médio pedido por metro quadrado caiu 4,2%, para R$ 107,01. Na comparação com o momento de início das quedas, em 2015, a desvalorização acumulada os valores pedidos por metro quadrado locado é de 18,8%. Pesquisa da Cushman aponta que há previsão de entrega de apenas um empreendimento, em 2019, no Rio.
Em relação ao segmento de galpões, Celina diz que o mercado vive um início de aquecimento. "Há muitos investidores interessados em comprar galpões. Todo mundo quer estar perto de São Paulo", diz a executiva. Levantamento nacional aponta queda da vacância de 25,6%, no quarto trimestre de 2017, para 22,8%. A absorção líquida aumentou, e o preço médio pedido por metro quadrado teve queda de 1,4%, para R$ 19,43.
No ano passado, foram entregues 387,5 mil metros quadrados de novo estoque de galpões. O Estado de São Paulo respondeu por 221,3 mil metros quadrados do total. A Cushman espera manutenção do forte ritmo de entrega e absorção de áreas e de estabilidade do preço pedido.