03/06/08 15h40

Mercado brasileiro é palco de competição acirrada

Valor Econômico - 03/06/2008

Na corrida pelo mercado global, os chineses da Huawei têm demonstrado um apetite especial pela América Latina, um interesse que é refletido nos números da companhia. No ano passado, o mercado da região respondeu por 10% - US$ 1,5 bilhão - da receita total da empresa, volume bem superior ao que os países da região costumam render aos balanços das empresas de tecnologia. Esse resultado, comenta o diretor de tecnologia da subsidiária brasileira, Marcelo Motta, tem sido fermentado principalmente pelos contratos fechados no país. A Huawei abriu seu primeiro escritório no Brasil, em 1999, quando multinacionais americanas e européias já nadavam de braçada no mercado nacional de telecomunicações. Passados nove anos, essas empresas tiveram que abrir espaço para concorrentes asiáticos. A Huawei conta, hoje, com 550 funcionários no país. A intenção é dobrar o número até o fim do ano. Por trás dessa expansão estão os recentes contratos firmados com operadoras de telefonia - Claro, TIM, Oi e Vivo - para instalar equipamentos da rede de terceira geração (3G), a tecnologia que leva acesso à internet em alta velocidade a dispositivos móveis, como telefones celulares. São negociações de peso. No caso da Oi, onde a Huawei divide os contratos de 3G com a Nokia Siemens, os projetos são estimados em R$ 1 bilhão (US$ 613,5 milhões). Além da Oi, a Huawei faz parte do grupo de fornecedores da Claro e da TIM, ao lado da Ericsson e da Nokia Siemens. A companhia também é uma das vencedoras do contrato de 3G da Vivo, em dupla com a Ericsson, com a qual já havia instalado a rede de GSM da operadora, em 2006, sob um acordo de R$ 1 bilhão (US$ 459,3 milhões). A ZTE, outra fornecedora chinesa que começa a ganhar espaço, abocanhou o contrato da Brasil Telecom, também em parceria com a Ericsson.