08/09/08 10h40

Mercado aquecido na indústria veterinária

Gazeta Mercantil - 08/09/2008

Os preços considerados mais remuneradores tanto para a pecuária de corte quanto para a leiteira estão fazendo as indústrias de saúde animal apostarem em boas vendas neste ano. Até o momento, em média, a comercialização do setor está 7,5% superior. Mas o diferencial em 2008 é a comercialização de produtos de maior valor agregado, como os da linha de reprodução. O momento está tão bom que as indústrias do setor ganharam um novo concorrente: a DVA Brasil. A empresa vai investir até 2014 US$ 100 milhões no setor veterinário e entra neste segmento com 10 produtos - adquiridos da Allvet. Carlos Pellicer, diretor-presidente da empresa, diz que a proposta da empresa é integrar as três áreas: saúde animal, vegetal e nutrição. Com isso, em 2012, a DVA Brasil espera obter um faturamento de US$ 250 milhões no segmento de aves e outros US$ 30 milhões no veterinário - que inclui a nutrição. Pellicer afirma que a entrada neste segmento foi definida há três anos, quando a DVA escolheu o País como centro de tecnologia. "Acreditamos em um crescimento grande do emprego de tecnologia no País, com uma criação mais intensiva e o uso da integração lavoura-pecuária", diz. "O ano está espetacular. E as previsões caminham na manutenção deste cenário", afirma Sérgio Barros, gerente de Marketing da Biógenes-Bagó. De acordo com ele, até o momento, o mercado cresceu 7% em relação ao ano passado. Barros diz que o mercado de reprodução é o que mais cresce. "Neste ponto, o Brasil é professor", afirma - referindo-se a tecnologias como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Na Pfizer, a expectativa também gira em torno do mercado reprodutivo. Jorge Espanha, diretor da Divisão de Saúde Animal da empresa, diz que esta linha - que inclui o IATF - tem vendas 30% superiores. A estimativa da Pfizer é que atualmente 50% da inseminação brasileira use esta tecnologia. No segmento leiteiro, a maior comercialização é nos produtos intramamários: 20% mais. "O mercado está bem demandante", diz o presidente da Merial, Alfredo Ihde. Mas ele lembra que o forte das vendas - cerca de 60% - ocorre entre a primavera e o verão. Ele acredita que o segmento de bovinos, nesta temporada, deve ter um incremento maior que o verificado em 2007, quando o índice foi de 5%. Entre as apostas da Merial está o Igenety - conjunto de testes de DNA - que permite a seleção dos animais para a melhoria da carne e do leite.