31/05/07 11h30

Mercado aquecido fortalece Mercosul

Gazeta Mercantil - 31/05/2007

Com fábricas brasileiras no limite, as montadoras vão utilizar toda a capacidade também na Argentina antes de decidir por investimentos em novas unidades no Brasil. "É uma forma de consolidar o Mercosul", afirmou o consultor André Beer, ex-dirigente da General Motors do Brasil. Volkswagen, Fiat, Renault, Ford, Toyota e o Grupo PSA Peugeot Citroën são algumas das empresas que operam no bloco econômico que decidiram incrementar a produção no País vizinho, que, como o Brasil, tem seguidas altas nas venda nos últimos anos. O exemplo mais claro é o da Fiat. O presidente da empresa. A Fiat anunciou ontem que retomará a produção na sua fábrica de Córdoba, na Argentina, com a produção do Siena prevista para janeiro de 2008. A previsão inicial é de montar 50 mil unidades por ano. A retomada da produção vai demandar investimentos de US$ 60 milhões e abrirá 3 mil novos postos - mil da Fiat e 2 mil dos fornecedores -, segundo informou a empresa em comunicado. Com essa quantia, a Fiat eleva o total de aportes na Argentina para US$ 190 milhões, incluindo os US$ 80 milhões do projeto da picape média e os US$ 50 milhões para a produção de motores e transmissões. A Volkswagen também anunciou que vai investir US$ 100 milhões na sua fábrica de Córdoba para ampliar a produção de caixas de transmissão e componentes. É o segundo investimento que a montadora faz nesta unidade desde 2000, quando destinou US$ 180 milhões para ampliar a capacidade de produção. A General Motors já tem pronto o novo automóvel hatchback, conhecido pelo projeto Viva, que vai substituir o Corsa em 2009, mas está decidindo se o modelo será produzido no Brasil ou na Argentina. A Renault decidiu fabricar mais um sedã na Argentina, segundo comunicado distribuído no país vizinho. É provável que a montadora francesa utilize a arquitetura da primeira geração do Mégane, produzido em Córdoba. Para André Beer, com a utilização de toda a capacidade de suas instalações na Argentina e Brasil, as montadoras saem na frente da consolidação do Mercosul, que ainda precisa quebrar barreiras alfandegárias e até discutir a introdução de uma moeda única.