Melhora da confiança ajuda impulsionar setor industrial do ABC

O comportamento do cenário econômico ao longo de 2017 foi favorável para a indústria do ABC e apresenta indicadores positivos, que demonstram maior confiança do empresariado. Responsável por cerca de 23,2% do PIB regional, o setor apresenta reação e deixa para trás o fim do ciclo recessivo, após três anos consecutivos de sucessivas quedas.

Para se ter ideia, a indústria do ABC fechou o ano com atividade positiva em oito dos 12 meses de 2017, além de liderar diversos indicadores de expectativas favoráveis para este ano, revela o Boletim IndustriABC, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista. O documento toma como referência o último trimestre de 2017.

Um dos destaques do estudo para a região é o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que registrou 65,6 pontos e superou os indicadores avaliados no Brasil (59,3), Região Sudeste (57,3) e São Paulo (58,8). O mesmo ocorre dentro do cenário ‘Expectativas da Empresa’, que está mais promissor na região – em 66,3 contra 63,7 no País e 61,2 em São Paulo. Já as ‘Expectativas em Relação à Economia Brasileira’ chegam a 67,5 no ABC, 58,5 no Brasil e 59,6 em São Paulo.

“Essa expectativa já começa a trazer um ânimo maior, que de alguma forma melhora a confiança da atividade econômica. É um pouco do que a gente vê nos dados do setor industrial”, afirma o coordenador do Observatório Econômico, Sandro Maskio.

O docente destaca ainda que a retomada da atividade econômica é puxada também pelo segmento industrial, e desta forma, o reflexo na região acaba sendo mais imediato por conta do peso que o setor tem na região. “A gente sofre com as agruras da recessão porque sentimos os efeitos muito rapidamente. Porém, o mesmo ocorre no processo inverso em função do peso da indústria na economia local”, acrescenta Maskio.

Outro indicador importante dentro da pesquisa de Sondagem Industrial aponta a elevação de intenção para realização de investimentos. No ABC, a sinalização é de recuperação com projeção que totaliza a casa dos R$ 7 bilhões, nos próximos meses, em especial no setor automobilístico. A intenção de investimento revela que o ABC avançou na pontuação. Saiu de 34,4 em janeiro de 2016 para 52,5 em dezembro passado, pela primeira vez acima da linha dos 50 pontos.

A região também se destaca com o grau de utilização do uso da capacidade instalada, que aumentou proporcionalmente mais que a indústria nacional no último ano. Em dezembro de 2017 estava em 64%, mesmo índice do Brasil, e no ano anterior a região registrou 58% contra 63% no País. Os números indicam que o ABC avançou mais na redução da ociosidade do que a indústria brasileira.