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Mecanização alcança 40% da área de cana em SP

Valor Econômico - 11/04/2008

Pouco mais de 40% de toda a área de cana-de-açúcar colhida no Estado já é mecanizada. O levantamento é do Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo, que se baseou em estimativas de safra fornecidas pelo Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), vinculado à secretaria da Agricultura, referentes ao período de junho do ano passado, o dado mais recente. De acordo com o estudo, do total da produção de açúcar estimada de 320 milhões de toneladas para o período, 189 milhões foram colhidas manualmente - uma média de 8,76 toneladas colhidas por dia por pessoa e 132 dias trabalhados na safra. O estudo estima que 163,1 mil pessoas trabalhem no setor paulista. Os municípios com maior índice de mecanização, com percentuais acima de 50%, são Franca, Limeira e Ribeirão Preto, com lavouras altamente tecnificadas. Entre 30% e 49% de mecanização, o estudo do IEA cita Campinas e Araraquara, Piracicaba, Itapetininga, Marília, General Salgado e Araçatuba ainda não chegaram ou estão próximas dos 20%. O estudo relaciona também o grau de mecanização e a geração de empregos. Ribeirão Preto, Araraquara e Jaboticabal, que mantêm alta mecanização, são responsáveis por um grande número de contratações - 26.605. Mas o estudo ressalva que o crescimento de 1% da mecanização a cada ano representará a saída de 2.700 cortadores de cana. "Ainda é difícil prever como será realocada esta mão-de-obra, se dentro do próprio setor ou em outras atividades agropecuárias", diz o levantamento. "Presume-se que uma parcela não seja realocada dada o baixo nível de instrução, com o conseqüente aumento do desemprego". A mecanização é uma prioridade ambiental de São Paulo porque reduz as queimadas nas lavouras. O governo estabeleceu como prazo 2021 (para áreas planas) e 2031 (áreas com declives) para o fim das queimadas.