30/03/11 11h35

MEC e governo paulista superam divergências e acertam parcerias

Valor Econômico

Depois de mais de três anos sem participar de políticas públicas com o governo federal, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo vai anunciar nos próximos dias três parcerias com o Ministério da Educação (MEC) para reforçar o ensino profissionalizante paulista e ofertar bolsas de estudo para alunos de pedagogia e professores da rede pública. Conforme o acordo, que está em fase de finalização, os cerca de 1,5 milhão de estudantes do ensino médio de São Paulo poderão se matricular, no contraturno, nos cursos técnicos oferecidos pelos 25 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia espalhados pelo Estado.

O secretário-adjunto estadual de Educação, José Cardoso Palma Filho, disse que espera abrir 2 mil vagas nas escolas técnicas federais a partir de 2012. O número de novas oportunidades pode chegar a 5 mil com a extensão da parceria governo paulista-MEC para as unidades educacionais do Sistema S e as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). O governo estadual já trabalha num projeto para aumentar a integração entre ensino médio regular e técnico. "Com os institutos federais, que estão em todas as regiões do Estado, nosso alcance será muito maior", conta Palma Filho.

Para a formação de professores, o MEC vai conceder 10 mil bolsas a alunos de pedagogia e pesquisadores de educação, por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), administrado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os valores dos benefícios variam de R$ 400 (US$ 235,30) a R$ 1,5 mil (US$ 882,40). Os professores que já atuam na rede estadual serão incentivados pela Secretaria de Educação a participar da Plataforma Freire. O programa de bolsas de estudo da Capes prevê, no primeiro semestre deste ano, o custeio de 40 mil vagas em cursos de licenciatura em mais de 140 universidades do país. "Os professores vão tirar a segunda licenciatura, a vantagem para nós são os recursos. São Paulo é rico, mas não esnobamos dinheiro para a educação. Toda questão política que vimos nos últimos anos está superada", afirma Palma Filho.

Durante participação em seminário, ontem, em São Paulo, Romeu Caputo, diretor de articulação e apoio aos sistemas de ensino da Secretaria de Educação Básica do MEC, disse que o país depende de São Paulo para avançar na educação. "A parceria com São Paulo é uma agenda direta do ministro [Fernando Haddad]. Ninguém saiu ganhando com a ausência de diálogo entre o Estado e o MEC desde 2008", ponderou Caputo.