22/10/10 11h08

MBigucci, do ABC, na mira de diferentes investidores

Valor Econômico

Ele tem 69 anos, não abre mão de jogar futebol ao menos duas vezes por semana e se orgulha de ocupar as seis cadeiras da diretoria com os quatro filhos e dois sobrinhos. Milton Bigucci, dono da MBigucci, está perto de completar 50 anos no mercado imobiliário, 27 deles à frente da própria companhia - a maior do ABC paulista. Inevitavelmente, a conversa dos almoços de domingo - para queixa do resto da família - é a empresa. Nesses anos todos, nunca viu tanta gente "diferente e capaz" bater à sua porta. Bigucci já conversou com Enrique Bañuelos, bilionário espanhol que chegou ao Brasil comprando empresas de capital aberto em situação financeira difícil e acabou por terminar como sócio da PDG, maior incorporadora do Brasil. Também já esteve com um fundo de Boston e gestores do Credit Suisse/Hedging Griffo. Por enquanto, doutor Milton, como é chamado na empresa, não tem planos de vender a companhia. Segundo Bigucci, ultimamente os fundos imobiliários são os que mais o procuram propondo sociedade nos empreendimentos. Com foco na classe média e média baixa e experiência no mercado imobiliário do ABC, a companhia já atua em parceria com empresas bem maiores, de capital aberto, como Even, Gafisa e Eztec. No ano passado, vendeu cerca de R$ 100 milhões (US$ 58,8 milhões). Para este ano, a previsão é chegar à casa dos R$ 160 milhões (US$ 94,1 milhões). Do total das vendas, 65% estão no ABC, 30% na capital paulista e 5% em Guarulhos. Dentro do ABC, porém, a concentração maior é em São Bernardo, sede da empresa, com 60% dos negócios. Em seguida, vem Santo André, com 30% e São Caetano, com 10%. No ano passado, criou uma marca para projetos populares, a Big Tec, especializada no Minha Casa, Minha Vida. Terá um empreendimento no bairro paulista do Ipiranga e um em São Bernardo. Estreou também no segmento logístico, com um condomínio de galpões industriais em Diadema. Assunto para os almoços de família não faltam.