28/04/08 09h54

Marcas estrangeiras inauguram nova geração de lojas no Brasil

O Estado de S. Paulo - 28/04/2008

Na semana passada, o francês Michel Lacoste, filho do fundador da grife, veio a São Paulo para conhecer a primeira flagship da empresa no País. Dias antes, o neto do italiano Ermenegildo Zegna desembarcava na cidade pelo mesmo motivo. Em breve, Montblanc e Sony também entram na era das flagships no Brasil. Nos próximos 12 meses, segundo o Estado apurou, são aguardadas as lojas da Nokia, da Whirlpool (com a linha de eletrodomésticos sofisticados) e da aclamada estilista Stella McCartney. Todas seguem o conceito das flagships. Não se trata de uma coincidência. Há uma nova geração de lojas do gênero, não só de marcas de luxo, sendo abertas no Brasil. Em geral, são lojas mais espaçosas e inovadoras que as convencionais, onde é possível encontrar toda a linha de produtos de uma marca. Por trás dessa estratégia, está uma mudança estrutural do consumo, que não está restrita ao Brasil. "Como os produtos viraram commodities e a competição ficou mais forte, o ponto de venda tornou-se estratégico para as marcas expressarem sua individualidade e interagirem com o cliente", explica o sócio da consultoria Gouvêa de Souza & MD, Alberto Serrentino. As lojas da Sony funcionam como um laboratório. Como nas redes tradicionais de varejo seus produtos disputam espaço com uma infinidade de outras marcas de eletroeletrônicos, é ali que ela consegue captar os desejos e o comportamento do consumidor. No mundo, a rede já tem mais de 200 unidades. No Brasil, a primeira ficará no Shopping Cidade Jardim, cuja inauguração está prevista para maio. Além dos produtos da marca, a flagship terá espaço para demonstrar e experimentar as tecnologias, um pequeno estúdio fotográfico e salas para home theater, seminários e reparo de produtos. No fundo, o que as marcas querem é vender mais e com lucro. Mesmo as lojas que nasceram apenas como instrumento de marketing, como a Niketown, transformaram-se com o tempo em campeãs de vendas. A Apple Store de Nova York virou ponto turístico e também a loja que mais vende no mundo. "Na Montblanc, as flagships estão no topo do ranking de receita. O ambiente (móveis e iluminação) é construído e pensado para estimular as compras. O consumidor mergulha no ambiente da marca", diz a gerente de marketing da Montblanc, Adriana Tamobolatto. No País, a grife vai abrir a sua primeira loja do gênero no Shopping Cidade Jardim. Seu tamanho é três vezes maior do que das outras lojas da Montblanc no País. Abrigará toda a linha - canetas, relógios e jóias -, com ambientes separados para homens e mulheres. Outras marcas como Lacoste, Ermenegildo Zegna, Emporio Armani e Ferragamo estão no mesmo caminho.