22/12/08 10h49

Mangels planeja ter presença global

Valor Econômico - 22/12/2008

Em meio às comemorações dos 80 anos de sua fundação, a Mangels planeja uma série de mudanças nos próximos anos. A primeira da lista será o início de um projeto de internacionalização, que visa colocá-la como uma fornecedora global de rodas de alumínio para automóveis. Outra pauta em discussão interna é a preparação da sucessão da terceira geração da família Mangels no comando da companhia. Além disso, a empresa acaba de inaugurar um centro de serviços de aço em Manaus. A velocidade dos projetos, no entanto, poderá ser alterada, pois já em 2009 existe a previsão de que os impactos da crise financeira mundial em seus mercados possam acarretar em quedas de até 30% em suas vendas do primeiro trimestre, de acordo com o nicho de atuação. O projeto de internacionalização vem ganhando força, segundo Robert Max Mangels, presidente da companhia, por conta dos contatos freqüentes de clientes para que o fornecimento de rodas de alumínio não aconteça apenas na América Latina. Uma das possibilidades mais viáveis, até o momento, é a instalação de um centro de desenvolvimento no Japão, onde são tomadas as decisões das montadoras japonesas. O executivo também não descarta uma iniciativa no mercado americano. A Mangels retomou seus investimentos em 2004. Na opinião de Mangels, os investimentos dos últimos quatro anos culminaram, entre outros resultados, na unidade inaugurada na quarta-feira passada em Manaus (AM). O centro de serviços de aços instalado no pólo de produção de motocicletas, para atender principalmente a Honda, que há mais de 30 anos é cliente da companhia recebeu recursos da ordem de R$ 18 milhões (US$ 7.83 milhões). A Mangels está prospectando também vender para os fornecedores da Honda, dos quais alguns já são clientes da empresa em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Além disto, a companhia está atenta aos fabricantes de eletroeletrônicos da região, que também consomem o metal. A previsão para 2008 é de faturamento líquido de R$ 700 milhões (US$ 304.3 milhões), alta de 10% sobre o resultado do ano passado. Do total, a maior parte é oriunda do negócio de aços, que no terceiro trimestre representou 45,6% do resultado. Depois, vem a divisão de rodas de alumínio, com 33,2%, seguida pelas divisões de botijões de gás GLP (15,5%) e aços galvanizados (5,7%). Em relação aos investimentos, o grupo tem programado para 2009 cerca de R$ 50 milhões (US$ 21.7 milhões). Neste ano, o valor investido foi de R$ 80 milhões (US$ 34.8 milhões), alta de 33% sobre 2007.