13/06/07 11h58

Makro aumenta lucro no Brasil e desafia o "atacarejo"

Valor Econômico - 13/06/2007

Trajando jeans e camisa pólo, o venezuelano Antonio Colmenares, há seis anos o principal executivo do Makro na América Latina, fala com descontração sobre a investida do Carrefour e do Wal-Mart no mercado atacadista brasileiro. O primeiro acaba de comprar o Atacadão, a maior rede neste setor no país, e o segundo adquiriu o Maxxi, cadeia atacadista que pertencia ao Sonae. Colmenares, cujo escritório fica em São Paulo, na sede da subsidiária brasileira, diz não estar nem um pouco preocupado. Em vez de sentir-se acuado pelo poder de fogo das duas maiores varejistas do mundo, o grupo holandês SHV, o controlador do Makro, traça um plano de expansão na América Latina. O Brasil é o único país onde o Makro não é sócio de ninguém. O Makro possui 103 lojas na América Latina, onde faturou 2,2 bilhões de euros em 2006. Além dessa região, a atacadista só possui operações na Ásia. Entre os latinos, o Brasil é de longe o maior mercado do Makro - e, possivelmente, o melhor deles. A receita bruta da rede cresceu de R$ 3,9 bilhões (US$ 1,6 bilhão) para R$ 4,2 bilhões (US$ 1,93 bilhão) em 2006. As vendas líquidas aumentaram 5,8%, para R$ 3,6 bilhões (US$ 1,65 bilhão). Mas é na última linha do balanço que o resultado é mais expressivo: o lucro saltou de R$ 78,5 milhões (US$ 32,25 milhões) para R$ 116,2 milhões (US$ 53,37 milhões) em 2006. A solidez do Makro e a sua presença em vários Estados colocaram a rede no centro das atenções: ela passou a ser vista como a noiva mais cobiçada pelas varejistas, principalmente porque não sobrou outra rede independente que fature mais de R$ 4 bilhões (US$ 1,84 bilhão). Mas o Makro não está à venda, garante Colmenares.