19/10/09 11h42

Mais parques tecnológicos começam a sair do papel

Valor Econômico

Até o fim do ano, o município paulista de São Carlos presenciará a inauguração do primeiro parque tecnológico de terceira geração do país, que reúne condomínios empresariais e residenciais e áreas de lazer. O Parque Eco-Tecnológico Damha São Carlos, empreendimento do grupo Encalso que tem como gestor o Instituto Inova, receberá até a conclusão das obras de infraestrutura recursos da ordem de R$ 100 milhões (US$ 58 milhões). Os investimentos de empresas no parque estão estimados em R$ 500 milhões (US$ 290,7 milhões). O projeto contempla quatro condomínios empresariais, quatro condomínios residenciais, clube de golfe, duas pistas de equitação e área de preservação ambiental.

O Parque Damha levou quatro anos para sair da fase de projetos e tornar-se um empreendimento comercial. Como ocorre em países europeus, para deslanchar esses projetos normalmente necessitam de investimento inicial vindo do setor público. As empresas se associam em uma segunda fase, após a instalação da infraestrutura, observa o diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) e membro do Comitê Gestor de Redes da Anprotec, Sergio Risola.

Em muitos casos, restrições na legislação municipal sobre zoneamento e uso do solo dificultam a instalação dos parques em um curto espaço de tempo. Em algumas regiões é necessário alterar a legislação para tornar possível a realização do projeto. Mesmo na capital paulista, foi necessário um esforço conjunto do poder público para superar barreiras regulatórias, observa o secretário de Desenvolvimento do Estado, Geraldo Alckmin.

Em dezembro de 2008, a prefeitura e o governo do Estado assinaram um protocolo de intenções para a criação de dois parques tecnológicos. O primeiro deles começa a ser instalado no Jaguaré, zona Oeste da cidade, onde funcionava o Museu de Ciência e Tecnologia. A escolha deveu-se à proximidade com a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Cietec.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento, existem no Estado sete parques com credenciamento provisório que nos próximos dois anos devem obter o aval definitivo: em São José dos Campos, São Carlos (dois), Piracicaba, São José do Rio Preto, Botucatu e Campinas. Nesta semana, o oitavo a obter o credenciamento provisório será o de Santos, que já possui uma área reservada não contínua de aproximadamente 200 mil metros quadrados e terá como setores âncora petróleo e gás, logística e tecnologia da informação. Um projeto para Barretos também deve receber aval neste ano, diz Alckmin

O Estado concentra o maior número de parques no país. De 74 elencados pela Anprotec, 10 se encontram em funcionamento e outros 10 em fase de projeto ou construção. A proliferação de projetos, segundo Alckmin, resulta em parte da criação de leis que incentivam a instalação desses empreendimentos e reduzem a carga tributária para empresas que pretendem investir nesses parques. No caso de São Paulo, as empresas podem usar o crédito de ICMS acumulado para investir nesses ambientes de negócios ou obter desconto na cobrança do tributo quando adquirir bens de capital para unidades instaladas nos parques.