18/05/11 11h20

Magna terá 13 fábricas na América do Sul até 2013

Valor Econômico

A Magna, uma das maiores fabricantes mundiais de autopeças, vai ampliar presença na América do Sul nos próximos dois anos e elevar a até treze o número de unidades fabris que opera na região. Hoje, o grupo canadense conta com seis fábricas no Brasil e três na Argentina, posição que foi alcançada recentemente após duas aquisições e a construção de novas linhas. "Estamos prontos para mais compras, se houver oportunidade, ou para investir em um projeto a partir do zero", afirmou ao Valor o principal executivo da Magna International, Don Walker, que está no meio de uma viagem de quatro dias à América do Sul.

A companhia projeta ainda faturamento de US$ 700 milhões na região em 2013. Por enquanto, as receitas da operação sul-americana correspondem a pouco mais de 1% dos negócios globais do grupo, que no ano passado registrou vendas consolidadas de US$ 24,1 bilhões. "Em 2011, devemos chegar perto de 2%", ressaltou o vice-presidente executivo da Magna para China, sudeste da Ásia, Índia, América do Sul e África, Herbert Demel. Na semana passada, junto com os resultados do primeiro trimestre, a sistemista (fornecedora de conjuntos de peças para as montadoras) anunciou que estima vendas totais de US$ 27,1 bilhões a US$ 28,5 bilhões neste ano.

Embora exiba participação ainda tímida no negócio global, a América do Sul, com destaque para o Brasil, é tratado como prioridade pela direção da Magna. "A produção de veículos continuará crescendo nos Estados Unidos e Europa, mas ainda persiste a preocupação com crédito", afirmou Walker. "Então, as oportunidades significativas estão em outros, como China e Brasil." Na América do Sul, as receitas da Magna têm mais que dobrado ano a ano e a preocupação é dar conta do ritmo de crescimento, especialmente no que se refere à conquista de mão de obra qualificada e disseminação da cultura da companhia. "Esse é hoje o grande desafio", disse.

No Brasil, o grupo produz maçanetas e vidros retrovisores em Vinhedo (SP), por meio da Magna Closures, em unidade que está sendo duplicada. Por meio da Cosma, vai fabricar eixos e carroceria em Jundiaí (SP), Camaçari (BA) e Gravataí (RS), com inícios de operação previstos para agosto deste ano e 2012. Via Magna Seating, após a compra da Resil, em novembro do ano passado, fabrica bancos para automóveis em São Joaquim de Bicas (MG) e Camaçari (BA) - a divisão tem outra fábrica em Córdoba, na Argentina. No começo do ano, a Magna Seating comprou a Pabsa, no país vizinho, e incorporou mais duas unidades, uma também em Córdoba e outra em Buenos Aires.

Globalmente, contou Walker, o foco da Magna está em consolidar a marca como uma das mais diversificadas fornecedoras de autopeças e dar suporte ao crescimento de clientes tradicionais, como Volkswagen, GM e Ford. A ascensão das montadoras chinesas representa oportunidade para o grupo. "Há uma tendência de consolidação no setor de peças, com poucos fornecedores globais, e isso representa uma oportunidade para a Magna", destacou, lembrando que o endividamento da companhia é mínimo e a liquidez, elevada.