14/06/11 10h29

Magazine Luiza compra lojas do Baú da Felicidade por US$ 51,9 mi

Folha de S. Paulo

O Magazine Luiza anunciou a compra das 121 lojas da rede Baú da Felicidade, do grupo Silvio Santos, por R$ 83 milhões (US$ 51,9 milhões). A operação deve ser concluída em julho. Desde o fim do ano passado, o grupo Silvio Santos negociava, com cinco empresas, a venda das lojas situadas no Paraná (80), em São Paulo (40) e em Minas (1).

A decisão de vender as lojas do Baú faz parte de uma reestruturação definida pelo grupo SS para amenizar os impactos da venda do banco PanAmericano para o BTG Pactual. A venda ocorreu após a descoberta de uma fraude contábil, que gerou rombo de cerca de R$ 4 bilhões (US$ 2,5 bilhões) na instituição. Lásaro do Carmo Jr., vice-presidente do grupo, havia anunciado no mês passado que o grupo Silvio Santos concentraria seus negócios em três pilares: consumo, com a Jequiti Cosméticos; comunicação, com o SBT; e capitalização, com a Tele Sena. O grupo SS também vendeu em maio a Braspag, empresa que faz intermediação de pagamentos digitais, por R$ 40 milhões (US$ 25 milhões) para a Cielo.

É a segunda aquisição do Magazine Luiza em um ano. Em julho de 2010, a varejista comprou 141 lojas da rede paraibana Maia e ampliou sua presença no Nordeste. A varejista se firma como o segundo maior grupo de vendas de eletrônicos e eletrodomésticos do país, segundo o Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA. Passa a ter 732 lojas e 23 milhões de clientes -3 milhões na carteira do Baú. O Grupo Pão de Açúcar lidera o ranking dos maiores varejistas e mantém a posição com folga, após comprar Casas Bahia e Ponto Frio.

Após o anúncio da compra, as ações do Magazine subiram quase 4% e fecharam o dia com alta de 0,87%. "A tendência é que os varejistas busquem cada vez mais se consolidar e ampliar sua atuação em outras regiões. O Magazine já havia tentando, mas não foi bem-sucedido na disputa por Casas Bahia e Insinuante (comprada por Ricardo Eletro)", diz Claudio Felisoni, coordenador do Provar. A aquisição - e a consequente concentração do mercado - preocupa fabricantes de eletroeletrônicos.