15/05/10 10h45

Lucros das construtoras disparam

O Estado de S. Paulo

Os números expressivos apresentados pelas construtoras e incorporadoras no Brasil no primeiro trimestre, impulsionados por recordes de venda para o período, atestaram a recuperação do setor imobiliário doméstico, que há cerca de um ano sofria os efeitos da crise mundial. Embora os três primeiros meses do ano sejam tradicionalmente fracos para a venda de imóveis, a retomada da confiança do consumidor e o nível de emprego em patamares elevados mantiveram a demanda aquecida, garantindo às principais representantes do segmento resultados históricos para o período.

Consideradas as companhias integrantes do Ibovespa, o crescimento dos ganhos foi de, no mínimo, 73,4%, caso da Cyrela Brazil Realty, que teve lucro líquido de R$ 174,2 milhões (US$ 99,5 milhões) no trimestre encerrado em março, apoiado no recorde de mais de R$ 1 bilhão (US$ 571,4 milhões) em vendas contratadas. O maior salto porcentual em lucro líquido foi apresentado pela PDG Realty, que teve ganho de R$ 136,14 milhões (US$ 77,8 milhões) no primeiro trimestre do ano, alta de 153% sobre o mesmo período de 2009. Outra a registrar recorde de vendas foi a MRV Engenharia, que viu seu lucro acelerar 136,4% entre janeiro e março, para R$ 115,8 milhões (US$ 66,2 milhões), melhor resultado para o período.

Também impulsionada por vendas quase três vezes maiores, a Rossi Residencial teve lucro líquido de R$ 64,5 milhões (US$ 36,9 milhões) no trimestre passado, alta de 126% sobre os R$ 28,6 milhões (US$ 14,5 milhões) um ano antes. As vendas contratadas da Rossi somaram R$ 842 milhões (US$ 481,1 milhões) no trimestre encerrado em março, um aumento de 146% sobre igual período de 2009. Uma das primeiras a reportar os números para os primeiros meses do ano, a Gafisa teve lucro líquido 76,5% maior, de R$ 64,8 milhões (US$ 37 milhões). As vendas contratadas da construtora avançaram 53,3% na comparação anual, somando R$ 1,025 bilhão (US$ 585,7 milhões).

Consideradas as projeções de vendas e lançamento, a aposta é em um cenário de contínuo aquecimento da demanda. Ao mesmo tempo, as estimativas podem colocar a capacidade de execução das empresas em teste. Na quinta-feira, Luís Largman, vice-presidente da Cyrela, disse que a incorporadora está preparada para cumprir as metas de vender até R$ 6,9 bilhões (US$ 3,9 bilhões)  e lançar até R$ 7,7 bilhões (US$ 4,4 bilhões) em 2010.