20/01/11 11h48

Lojas virtuais investem em software

Valor Econômico

O comércio eletrônico brasileiro encerrou 2010 com crescimento de 40% em receita, uma boa notícia tanto para as lojas on-line, cujos nomes são bem conhecidos do público, como para um grupo de companhias pouco conhecidas, mas essenciais ao negócio: o das empresas que fornecem infraestrutura aos sites varejistas. São companhias que criam de sistemas de venda propriamente ditos a softwares de segurança e mecanismos de pagamento eletrônico. Para elas, quanto maior a competição entre as lojas virtuais, maiores as oportunidades de negócios. Empresas consultadas pelo Valor relatam crescimentos de 60% a 210% no ano passado. E as previsões para 2011 são de, no mínimo, crescer 50%.

A WX7, que há dez anos desenvolve sistemas de comércio eletrônico, registrou um crescimento de 66% em receita em 2010, para R$ 2 milhões (US$ 1,18 milhão), e estima uma expansão de mais 50% neste ano. Alexandre Soncini, sócio-fundador, diz que o crescimento acelerado decorre do aumento da procura de empresas de comércio eletrônico de médio e pequeno portes por tecnologias mais sofisticadas, além da expansão dos sites de compras coletivas e de leilões virtuais. Segundo o executivo, o comércio eletrônico no país tem condições de continuar crescendo 40% ao ano, e é esse cenário que tem levado as varejistas virtuais a investir mais em tecnologia para atrair a clientela.

Entre as tecnologias mais buscadas estão as relacionadas à segurança. A Site Blindado, especializada em segurança on-line, viu triplicar a demanda em 2010, com a auditoria de 1,2 mil sites por dia, em média. Bernado Carneiro, sócio-diretor da empresa, associa o resultado ao investimento crescente das empresas de médio porte que já vendiam via web e à procura de companhias que lançaram seus sites no ano passado. Uma pesquisa feita pela Site Blindado com seus clientes mostra que a inclusão de certificações de segurança nos sites gerou incremento de 12% a 15% no número de pedidos. O valor médio das compras também cresceu entre 8% e 10%, diz Carneiro.

Outro serviço que tem tido grande procura das lojas virtuais são softwares para resposta automática aos clientes. O sistema "interpreta" perguntas que o internauta digita em uma caixa de diálogo no site. Com base nas palavras usadas, "entende" a dúvida e envia as informações sobre o tema. Albert Deweik, diretor comercial da NeoAssist, especializada nesse tipo de software, diz que o sistema responde de 70% a 80% das dúvidas dos consumidores. Segundo Deweik, nove em dez carrinhos de compra virtuais são abandonados porque os clientes não conseguem tirar dúvidas sobre produtos. Em 2010, dobrou o número de clientes, para 120, sendo 50% deles lojas virtuais. Em 2009, as empresas de comércio eletrônico representavam 30% da clientela. Para 2011, a previsão é de que a demanda proveniente dos sites de varejo crescerá de 60% a 70%.

Os sistemas de pagamentos para compras virtuais também são produtos muito procurados. Ricardo Dortas, diretor do PagSeguro (pertencente ao UOL), não cita números, mas afirma que houve "forte expansão" da demanda. Segundo Dortas, a marca PagSeguro é vista pelos consumidores como sinônimo de segurança e credibilidade para pagamentos on-line.