Logística atrai empresas ao interior
Contexto PaulistaNo momento de instalar, expandir ou mudar a sede da empresa, nem sempre os benefícios diretos oferecidos pelo município são o fator mais importante. Os empresários buscam principalmente a infraestrutura oferecida localmente e na região, além de avaliar os custos de implantação e manutenção. E, com isso, “o sotaque das empresas paulistas está ficando cada vez mais caipira” segundo revela levantamento na última edição da revista da agência oficial Desenvolve SP. A publicação afirma que, atraídos por infraestrutura abundante, mão de obra qualificada, facilidade de logística e custos menores, muitos empresários estão literalmente deixando a Região Metropolitana de São Paulo em direção a outras regiões do Estado.
O Interior Paulista já responde por 65,6% dos empregos paulistas e é considerado o maior mercado consumidor do País (estudo de 2012 da IPC Marketing). Além disso, há 10 anos, 36,7% do consumo das famílias estava concentrado nas 27 capitais brasileiras, mas desde então esse percentual vem caindo a cada ano. Em 2012, essa participação já havia recuado para 32,4%, o que indica uma tendência de descentralização do consumo rumo ao Interior. Outro exemplo: em 2011, as prefeituras e empresas situadas fora da Região Metropolitana de São Paulo já representavam 59% do total de financiamentos da Desenvolve SP; em 2013 esse índice foi de 70%.
Tendências
O movimento de empresas rumo ao Interior Paulista “deve ser contínuo” na opinião de William Francini, chefe do Departamento de Administração do Centro Universitário da FEI, em São Paulo. Ele considera “saudável” esse deslocamento pelo fato de gerar oportunidades em outras regiões, melhorar as receitas municipais e provocar melhor distribuição de renda. Alerta, porém, que a análise de escolha da cidade deve ser criteriosa porque o conjunto de ações e a legislação local é que definirão o peso nos custos que uma eventual mudança ou ampliação de endereço possa acarretar. “É necessário conhecer o planejamento para a região no médio e longo prazos”, aconselha o especialista.