21/12/07 16h17

L’Occitane inicia produção de linha com ativos brasileiros

Gazeta Mercantil - 21/12/2007

Há alguns anos a indústria cosmética brasileira aproveita o gosto estrangeiro pela exótica biodiversidade do País para vender no exterior produtos à base de ativos amazônicos. Mas agora é a indústria cosmética mundial que começa a descobrir e explorar esses ativos. A L'Occitane investiu US$ 2 milhões na linha Sol do Brasil, de produtos para a proteção solar que têm entre seus ingredientes o buriti, o cupuaçu e a castanha-do-pará. Os produtos, que serão fabricados no País com a marca L'Occitane do Brasil, chegam às prateleiras nacionais em janeiro e serão vendidos nos outros 87 países onde a marca está presente a partir de março. A diretora-geral da L'Occitane no Brasil, Silvia Gambin, garante que a crescente exportação de produtos cosméticos brasileiros, e particularmente dos que exploram ativos brasileiros, não influenciou na decisão. De acordo com ela, a empresa começou a estudar os ingredientes brasileiros e a possibilidade de a marca ter uma linha Brasil seis anos atrás. A L'Occitane, que nasceu na região francesa de Provence, se autodescreve como uma empresa que busca reavivar o uso de ingredientes naturais mediterrâneos, e particularmente os provençais, como a lavanda, a oliva e verbenas orgânicas, preservando os costumes locais e atualizando produtos tradicionais. Há alguns anos já passou a explorar o karité, de origem africana, mas a produção se manteve na sede da empresa. No caso da linha brasileira, porém, a produção sairá, pela primeira vez, da França, e será realizada no local de origem dos ingredientes. A fabricação está sendo realizada pela Bioproducts, terceirista que desenvolveu os produtos em parceria com o laboratório da L'Occitane da França, e teve até de adaptar a linha de produção, que recebeu nova tecnologia. No total, inicialmente, serão lançados oito itens, entre produtos pré-sol, protetores e bronzeadores e pós-sol. Entre lojas próprias e franqueadas, a expectativa é que sejam abertos mais 15 pontos-de-venda em 2008. Com este plano, Silvia prevê um crescimento de 40% no próximo ano fiscal (de abril de 2008 a março de 2009), o que permitirá à marca atingir faturamento de R$ 64 milhões (US$ 36 milhões), ou 6% de participação no faturamento global. Para o atual ano fiscal, a previsão é de crescimento de 25%, para R$ 46 milhões (US$ 25,8 milhões), e 4% de participação.