23/05/13 15h22

LinkedIn transfere para o Brasil sede regional da AL

Valor Econômico

O cheiro da cola usada no piso de madeira ainda está impregnado no escritório. Nos 1,7 mil metros quadrados do andar de um condomínio empresarial em Pinheiros, na capital paulista, profissionais correm para terminar de instalar piso, cortinas, iluminação e outros detalhes da nova sede do LinkedIn. A rede social de contatos profissionais começou a operar no Brasil em 2011, em uma sala alugada da Regus, em São Paulo, e um único funcionário, Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor-geral da companhia no Brasil.


Agora, com 50 funcionários e um projeto para dobrar a equipe em alguns anos, o espaço alugado ficou pequeno. "Faltava um escritório para oferecer treinamento e realizar reuniões de negócios", disse Oliveira. Nos próximos dias, a subsidiária do LinkedIn no Brasil fará a mudança de sede. Além da expansão do espaço físico, a unidade ganha importância regional: a sede do Brasil vai concentrar a gestão dos negócios na América Latina.


A coordenação será feita por Oliveira. "Quando o escritório foi montado, em 2011, já se imaginava que a subsidiária seria no futuro o centro de operação para a América Latina", afirmou o executivo ao Valor. A estimativa é que a coordenação latino-americana seja transferida para o Brasil no segundo semestre. Atualmente, a administração regional é feita pela matriz, nos Estados Unidos.


A principal tarefa de Oliveira será expandir os serviços de recrutamento e gestão de talentos na região. Além de duplicar a equipe no Brasil, o projeto prevê a instalação de um escritório no México, em 2014.


De acordo com Oliveira, o Brasil é hoje a maior operação do LinkedIn na América Latina, com 13 milhões de usuários. Em seguida estão o México, com 4 milhões de usuários, e a Argentina, com 3 milhões. A região possui 27 milhões de internautas cadastrados. No mundo, o número ultrapassa 225 milhões de usuários.


Os serviços de gestão de talentos respondem por 54% da receita global do LinkedIn, cuja sede fica em Mountain View, na Califórnia. Outra fonte importante de receita são os serviços de publicidade e marketing de conteúdo para empresas.


Quando começou a operar no Brasil, o LinkedIn oferecia os serviços de recrutamento para empresas que já mantinham contratos globais com a rede social. A venda de espaço publicitário era realizado de forma terceirizada pela.Fox Networks, que também respondia pela negociação de anúncios em toda a América Latina.


No ano passado, a equipe do LinkedIn no Brasil passou a responder também pela área de publicidade e marketing. Desde então, segundo Oliveira, as vendas de anúncios no país aumentaram em mais de quatro vezes. O total de anunciantes gira em torno de 120 companhias. "A .Fox Networks continuará responsável pelas vendas de anúncios no restante da América Latina, mas agora a empresa vai se reportar ao Brasil e não mais à matriz", afirmou.


Recentemente, a companhia também lançou nos Estados Unidos ferramentas que ajudam as empresas a buscar negócios nas redes de funcionários de companhias que são clientes. Essas ferramentas também serão oferecidas na América Latina em breve.


A decisão do LinkedIn de transferir a operação latino-americana deve-se ao sucesso obtido pela unidade brasileira. Quando abriu a subsidiária, em novembro de 2011, a rede social possuía no país 6 milhões de usuários. Cerca de 120 empresas adotavam as ferramentas de recrutamento da companhia. Atualmente, o LinkedIn tem 13 milhões de usuários, 450 clientes empresariais na área de recrutamento e 120 anunciantes. O número de usuários cresceu 117% no período, bem acima da média mundial, de 67%. Com essa expansão, o Brasil ultrapassou o Reino Unido e tornou-se a terceira maior operação do LinkedIn no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.