10/09/09 09h56

Linha branca vai pedir que o nível atual do IPI seja mantido

Valor Econômico

Ainda faltam 51 dias para o término da prorrogação de isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para produtos da linha branca, mas o setor já começa a se articular para manter em um patamar mais reduzido o tributo federal para refrigeradores e lavadoras de roupa ao mesmo nível que os fogões, cuja alíquota é de 4%. A ideia é fazer com que o governo reconheça o que é chamado de "essencialidade" desses dois utensílios domésticos, fato que já acontece para os fogões, e dessa forma fazer do estímulo concedido em abril, uma política de longo prazo. Dentre os argumentos está a conta de quanto se resumiu a renúncia fiscal, anualizada, aproximadamente R$ 200 milhões (US$ 108,1 milhões).

Segundo o presidente da Mabe no Mercosul, Patrício Mendizábal, esse montante é apenas o que o governo deixou de arrecadar com a isenção, sem contabilizar a manutenção de empregos e de produção que essas medidas proporcionaram. O executivo disse com exclusividade ao DCI que a partir de agora o setor começará as conversas com o governo para obter a classificação de essencialidade para estimular as vendas, principalmente de lavadoras. Segundo dados de 2007 divulgados pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) apenas 39,25% dos lares brasileiros possuíam lavadora de roupas, 91,03% tinham refrigeradores e fogões são encontrados em 99,9% das casas no Brasil, os dados são do IBGE.

Enquanto não há uma definição para esse assunto, o setor deverá buscar uma nova prorrogação da redução do IPI. Segundo o presidente da multinacional mexicana que fabrica as marcas Mabe, General Electric, Dako e, mais recentemente, Continental e Bosch, a Eletros e os fabricantes tem esse ponto na agenda como um dos mais importantes assuntos para ser discutido. Outro argumento que deverá ser utilizado é a aumento das vendas e do nível de capacidade da indústria que está em utilização.