29/08/18 12h09

Librelato prevê mercado de implementos 20% maior em 2019

Com viés de crescimento e renovação de frota, vendas têm potencial para 50 mil unidades

Automotive Business

SUELI REIS

O bom momento do mercado de implementos rodoviários em 2018 deve se estender e ganhar força no ano que vem. Para a Librelato, a retomada deste ano se configura em uma crescente curva de crescimento e já conta com esse cenário positivo no qual espera mais um ano com aumento de dois dígitos.

“Acredito que 2019 será de crescimento para o mercado. Para os caminhões, já se fala em 15% de aumento; para o nosso setor de implementos acredito em alta de 20%, com volume acima de 45 mil e quem sabe poderemos chegar aos 50 mil”, projeta o presidente da Librelato, José Carlos Spricigo.

O executivo mantém o otimismo com base nas premissas de uma recuperação sólida do mercado, que tem mantido o viés de renovação da frota, mas também o reflexo do PIB: ele cita previsões de alta de 1,5% para este ano e de 2,5% em 2019, o que deve manter ou mesmo elevar a confiança do consumidor e também do empresariado. Com isso, o mercado interno deve encerrar 2018 com volume de vendas acima dos 50%, embora o segundo semestre deva apresentar um ritmo menos acelerado do que o índice visto na primeira metade do ano, isso porque a base de comparação começa a não ser tão baixa.

Suas projeções apontam que a Librelato deve continuar crescendo acima do mercado e fechar o exercício com vendas entre 70% e 80% maiores que no ano passado. Até maio, a companhia registrou crescimento de 80%, com 2,7 mil implementos vendidos. A marca é a terceira no ranking do segmento pesado – que considera reboques e semirreboques – com 13% de participação neste mercado.

Ele relata ganhos importantes em segmentos como o de implementos refrigerados e também no canavieiro. No graneleiro, houve o maior impacto positivo, com aumento de oito pontos porcentuais de participação das vendas, que passaram de 15% para 23%. No entanto, o executivo argumenta que a empresa deve manter o market share geral de 13% no segmento pesado, isso porque as exportações também vão crescer no segundo semestre: muito do que entregou no primeiro semestre para o mercado interno ainda é fruto da Fenatran de 2017 e agora com as exportações também demandando, a empresa deve puxar ainda mais seus volumes de produção, que estão a todo vapor no complexo industrial de Içara (SC), dedicado à linha de pesados, além de suas outras fábricas também no estado, em Orleans e Criciúma, também funcionando.

“Devemos aumentar os embarques em 25% este ano para Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile, o que para nós, é um volume equilibrado”, comenta.

Apesar disso, Spricigo lamenta que a margem ainda não reflete o bom desempenho das vendas. “Há muita pressão de preço por parte dos fornecedores, impactados pelo câmbio, o que afeta a compra de insumos, de componentes; além do aço nacional que também voltou a aumentar o preço, então nem sempre se consegue repassar esse custo para o cliente”, disse.

Para ele, embora o ano termine em alta em termos de volume, a geração de caixa não ficará como esperado. “Se não houver recuperação da margem, fica difícil manter a indústria atualizada e investir em inovação, mas acredito que em 2019 teremos uma rentabilidade maior para sustentar os novos investimentos.”

Ao mesmo tempo, ele garante que a empresa mantém seu ciclo de aportes previsto até 2022, conforme já havia especificado na última Fenatran, em 2017, principalmente em área fabril, maquinário robótico e novos escritórios. “Este ano aplicamos US$ 8 milhões e até 2020 ou 2021, serão mais US$ 35 milhões”, explica.

Entre as mudanças, a empresa está repaginando uma das duas fábricas que mantém no complexo industrial de Içara (SC), que estreia em setembro as novas cabines de pintura. A unidade também começa a produzir em março do ano que vem sua maior novidade em termos de produto, que Spricigo prefere não adiantar, mas que promete mostrar com toda pompa na próxima Fenatran. “Será uma grande festa, vamos inovar um produto pioneiro ao mesmo tempo em que vamos comemorar nossos 50 anos.”