11/06/10 12h09

Libra quer dobrar o porte e triplicar seu valor

Valor Econômico

O grupo Libra, dono de terminais de contêineres nos portos de Santos (SP) e do Rio de Janeiro, manteve inalterado seu plano de investimentos de cinco anos, totalizando R$ 1 bilhão (US$ 555,6 milhões), com o objetivo de dobrar a capacidade de seus terminais de contêineres, inaugurar uma nova unidade em Santa Catarina e ampliar as atividades em logística. Como os demais setores da economia ligados ao comércio exterior, o Libra sofreu no ano passado o impacto da crise sobre seus negócios. Segundo o presidente da companhia, Marcelo Araújo, o impacto só começou a aparecer depois das festas de natal. Para este ano, Araújo espera um aumento de 15% no movimento desse negócio, um bom resultado, mas ainda sem alcançar o pico de 2008. O revés trazido pela crise, garante o executivo, não atrasou os planos de investimento - otimista com a economia, trabalha com a hipótese de crescimento pelos próximos 15 a 20 anos no país.

A holding do grupo Libra tem além dos dois terminais marítimos, centros de logística "seca" em Campinas, Cubatão e Santos - Estado de São Paulo -, a Cia. de Navegação da Amazônia (CNA), que faz cabotagem de granéis e combustíveis para Manaus, e negócios menores, com participação de 50%, em agroindústria no Chile - azeite de oliva e de frutas. Os terminais de contêineres respondem por 73% da receita.

O principal projeto do plano de investimento será a ampliação e unificação de seus terminais em Santos, orçado em R$ 450 milhões (US$ 250 milhões). O grupo começou em 1995 no setor arrematando o Terminal T-37, e foi adquirindo os vizinhos até chegar ao T-33, comprado da Cargill no ano passado. Tem hoje uma extensão de cais de 1,4 mil metros, mas quer unificar as unidades e expandir um terminal, totalizando um cais de 1,7 mil . Terá ainda um terreno de 200 mil m2 destinado a armazenagem - hoje praticamente inexistente. A reforma elevaria a capacidade do terminal de 950 mil TEUs para até 2 milhões de TEUs - equiparando o porte do terminal ao do rival Santos Brasil. O investimento depende da aprovação da administração do Porto de Santos - a Codesp -, algo que a empresa espera conseguir em alguns meses.

O outro investimento de peso da Libra é um gasto de R$ 250 milhões (US$ 138,9 milhões) para duplicar a capacidade do seu terminal no Rio de Janeiro, que hoje movimenta o equivalente a um quarto do que passa pela unidade de Santos. O grupo planeja aplicar outro tanto na construção de um novo terminal em Imbituba, no sul de Santa Catarina. Noutro ramo de negócio, o de logística, mais R$ 70 milhões (US$ 38,9 milhões) devem ser destinados a aumentar a capacidade de seus terminais "secos". Com isso, ficou meta de quintuplicar a receita nesse ramo, que no ano passado alcançou R$ 109 milhões (US$ 60,6 milhões). Com tudo isso, o objetivo é triplicar o valor do negócio (companhia), ou seja, elevar o resultado operacional (Lajida) a no mínimo R$ 750 milhões (US$ 416,7 milhões) em 2015.