08/04/11 15h07

Libra monta plano para elevar produtividade em 20% este ano

Valor Econômico

Enquanto não obtém autorização para seu ambicioso plano de duplicação da capacidade dos terminais de contêineres que controla no porto de Santos, avaliado em cerca de R$ 550 milhões (US$ 343,8 milhões), a Libra aposta em medidas de curto prazo com a meta de aumentar em até 20% a produtividade da operação neste ano - elevando de 35 para 42 movimentos por hora a média de embarque e desembarque de contêineres. O portfólio inclui cinco ações simultâneas de otimização de processos avaliados em R$ 9 milhões (US$ 5,6 milhões).

Segundo o presidente da Libra Terminais - divisão do Grupo Libra - Wagner Biasoli, é necessário apostar em medidas inteligentes nesses "dois a três anos", já que Santos caminha para o limite da capacidade instalada. Neste ano a empresa deve aumentar a movimentação em 10%, pelo menos, fechando em quase 750 mil Teus (contêiner de 20 pés).

Serão investidos R$ 2,5 milhões (US$ 1,6 milhões) em modelos que permitirão agilizar o fluxo de cargas nos pátios dos terminais assim como nos armazéns, que ficam na retaguarda. A intenção é redução do tempo de atendimento das carretas, que já caiu quase metade desde 2008, chegando a 69 minutos no exercício passado. A empresa também estabeleceu a meta de diminuir de 4% para 1,5% o índice de improdutividade da sua frota de nove portêineres (equipamentos usados nos cais que colocam e retiram o contêiner do navio, pilotados mecanicamente).

Para lidar com o desafio da restrição de áreas, a aposta será em uma saída caseira. Utilizará alguns equipamentos hoje considerados obsoletos para suspender as tampas dos porões dos navios de contêineres enquanto ocorre a operação. Essas peças chegam a pesar aproximadamente 40 toneladas e têm 14 metros de extensão, o que dificulta o deslocamento e exige uma energia que poderia ser aplicada à atividade fim, de embarque e desembarque de cargas. Outra ação da companhia é a criação de uma gerência de Planejamento e Controle, com o objetivo de tornar mais "científico" e afinado o planejamento de cargas no terminal e no navio. Biasoli afirma que essa relação mais pró-ativa recebeu pronta adesão de armadores.

Biasoli, à frente do braço portuário há 90 dias, recebe a missão de fazer da Libra Terminais um concorrente de peso no Brasil e América Latina, com oferta de capacidade e movimentação em linha para concorrer com qualquer concorrente global - mercado que fareja o nicho de operação portuária nacional. Biasoli avalia existir espaço para grandes terminais em Santos - que em 2014 poderá estar com seis operadores de contêineres. Além da carga já anunciada, diz ele, existe uma demanda não projetada de mercadorias que precisa de prévia infraestrutura.