02/06/10 11h21

Liberação do BNDES a empresas cresce 34%

O Estado de S. Paulo

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 35,7 bilhões (US$ 19,8 bilhões) de janeiro a abril, um aumento de 34% ante o mesmo período de 2009. A maior parte do valor liberado pela instituição foi para o setor de infraestrutura, que ficou com quase 40% do total. O financiamento à aquisição de máquinas e equipamentos teve um crescimento elevado: chegou a R$ 15,6 bilhões (US$ 8,7 bilhões), 133% a mais do que no ano passado.

O aumento do financiamento para a compra de bens de capital é creditado pelo banco ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que tem taxas fixas de 4,5% de 7% ao ano. Em julho, no entanto, elas devem crescer 1 ponto porcentual, o que levou a uma corrida das empresas para obter apoio do BNDES por meio do programa antes desse prazo, avalia o diretor de financiamentos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Nogueira. Para a indústria, o BNDES liberou R$ 10,5 bilhões (US$ 5,8 bilhões) no quadrimestre, o equivalente a 30% dos desembolsos. Essa participação é menor do que a dos últimos 12 meses, em que a indústria concentrava 43% do total liberado pelo banco. Entre os setores que se destacaram, estão o de alimentos e bebidas, que ficou com R$ 3,2 bilhões (US$ 1,8 bilhão), de material de transporte, com R$ 1,5 bilhão (US$ 833,3 milhões), e mecânica, que obteve R$ 900 milhões (US$ 500 milhões).

No primeiro quadrimestre de 2010, R$ 3,4 bilhões (US$ 1,9 bilhão) foram liberados para a agricultura e R$ 7,5 bilhões (US$ 4,2 bilhões) para comércio e serviços. Já o setor de infraestrutura concentrou R$ 14,1 bilhões (US$ 7,8 bilhões) em desembolsos, o que representa crescimento de mais de 40% na comparação com os mesmos meses do ano passado.

No primeiro quadrimestre do ano, embora as aprovações de empréstimos do BNDES tenham aumentado em 30% em relação a igual período de 2009, totalizando R$ 38,5 bilhões (US$ 21,4 bilhões), os enquadramentos e consultas recuaram 32% e fecharam em R$ 46 bilhões (US$ 25,6 bilhões) e R$ 54,4 bilhões (US$ 30,2 bilhões), respectivamente. A queda, segundo o banco, reflete o efeito do empréstimo de R$ 25 bilhões (US$ 13,9 bilhões) feito no ano passado à Petrobrás.