10/03/11 14h30

Laureate vai investir US$ 647 mi no Brasil até 2015

Valor Econômico

O grupo americano de ensino Laureate, dono da universidade Anhembi Morumbi e que tem o fundo de private equity KKR como um de seus acionistas, vai investir R$ 1,1 bilhão (US$ 647,1 milhões) até 2015 no Brasil. Os recursos serão usados para expansão da Laureate, que hoje conta com 130 mil alunos no país. "Temos a meta de triplicar a nossa base de alunos nos próximos três a cinco anos. Essa expansão virá por meio de aquisições e também com o crescimento orgânico", disse o costarriquenho Luis Lopez, CEO da Laureate Brasil há pouco menos de um ano. Antes, Lopez presidiu as unidades do grupo de ensino no México, por seis anos, e no Chile, onde morou por três anos.

Substituto do brasileiro Manoel Amorim, que ficou na Laureate por apenas quatro meses e hoje está na Abril Educação, Lopez tem sob seu comando o mercado brasileiro, que representa o segundo mais importante para o grupo ensino, perdendo apenas para os Estados Unidos. Mais de 20% dos 600 mil alunos que a Laureate tem no mundo estão no Brasil. "O nosso faturamento está nos níveis de grandes instituições de ensino que têm capital aberto, como Anhanguera e Estácio", afirmou Lopez. A Anhanguera e a Estácio registraram, cada uma, receita bruta de aproximadamente R$ 1 bilhão (US$ 568,2 milhões) nos nove primeiros meses de 2010.

As três faculdades têm uma receita bruta semelhante, mas o número de alunos é bem diferente. A Anhanguera é a líder do setor com cerca de 300 mil alunos, seguida da Estácio com 216 mil. "Nosso tíquete médio é maior", explica Lopez, que não revela a última linha do balanço. Durante entrevista ao Valor, Lopez ressaltou por diversas vezes que as faculdades que compõem o grupo Laureate não são massificadas como Anhanguera e Estácio. "Estamos interessados apenas em faculdades que se diferenciam pela qualidade no ensino", afirmou.

Para triplicar de tamanho, a Laureate está de olho em praças como Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba para aquisições, segundo José Roberto Loureiro, vice-presidente da Laureate Brasil, que também está na casa há pouco tempo. Outra área de interesse da Laureate é a de ensino a distância (EAD), segmento em que o grupo ainda não está presente. "Estamos estudando a possibilidade de uma estratégia nacional para EAD", disse Loureiro, sem revelar mais detalhes desse projeto.

A primeira aquisição da Laureate no Brasil foi a Anhembi Morumbi, por US$ 69 milhões, em 2005. Desde então, o grupo americano já comprou 11 faculdades no país, sendo que na maioria dos casos detém participação majoritária. Em dez anos de Brasil, o investimento total do grupo de ensino deverá somar R$ 2,2 bilhões (US$ 1,3 bilhão). "Nossos recursos são próprios", disse Lopez. Questionado se a Laureate pensa em abrir o capital como fizeram seus pares na área de educação, o executivo disse que o IPO é uma ferramenta interessante, mas que não é a única forma para se capitalizar, uma vez o grupo tem dinheiro de seus acionistas.