10/08/09 11h32

Laboratórios apostam na baixa renda e ampliam lucros

Valor Econômico

O mercado de exames laboratoriais descobriu um novo nicho para impulsionar seu crescimento no País - a baixa renda, com um potencial de 40 milhões de brasileiros que não têm plano de saúde. O laboratório Diagnósticos da América (Dasa), um dos maiores do País, apresentou um salto de 88% no seu segmento de laboratórios populares, com faturamento de R$ 11,6 milhões (US$ 6,27 milhões) no segundo trimestre deste ano, nesta divisão. No mesmo período, as marcas do segmento premium e executivo do laboratório, para classes mais abastadas, apresentaram um aumento de 26,4%.

Para o segundo semestre, Marcelo Noll Barboza, presidente do Dasa, aposta na baixa renda, com a inauguração de novas unidades, inclusive uma em Campo Grande, no Rio de Janeiro, com a marca Bronstein. Ele destaca também o setor de apoio - quando laboratórios pequenos terceirizam o processamento de exames com outro laboratório. "Temos cerca de 3.300 laboratórios que são nossos clientes. Vemos que essa é uma área onde existem grandes ganhos de escala", revelou. No segundo trimestre deste ano, o grupo Dasa investiu R$ 19,4 milhões (US$ 10,5 milhões) na construção de novas unidades e na compra e modernização de equipamentos de imagem para expansão orgânica, além de tecnologia.

A rede de laboratórios Biofast, do empresário Rogério Saladino, que neste ano deve investir cerca de R$ 6,5 milhões (US$ 3,5 milhões) na construção de uma nova central de processamento de exames em São Paulo, é outra que surpreendeu o setor de saúde laboratorial nos primeiros seis meses deste ano, quando conseguiu o feito de dobrar o faturamento apresentado pelo grupo no ano passado, além de aumentar em 30% o número de exames realizados em relação ao mesmo período de 2008.

O empresário, que assumiu o controle da Biofast no final de 2007 e que faz parte de um setor que movimenta, por ano, cerca de R$ 1 bilhão (US$ 540,5 milhões) no País, explica que o desempenho positivo do grupo, desde então, deve-se a um forte trabalho de profissionalização da companhia, além do enfoque em um modelo de negócios que ele acredita ser bem mais atraente para as classes de baixa renda. Seu laboratório popular, o Vapt Vupt, também tem preços de exames que chegam a custar 50% menos do que os da concorrência.