17/06/08 15h04

Laboratório Medley está à venda por US$ 1 bi

O Estado de S. Paulo - 17/06/2008

O empresário Alexandre Negrão, controlador da Medley, colocou seu laboratório farmacêutico à venda. Nos últimos meses, as multinacionais Teva e Sanofi-Aventis iniciaram conversas com a empresa de Campinas, segundo fontes do mercado. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também teria entrado no jogo. Ele estaria interessado em comprar até 49% das ações caso algum brasileiro entre no páreo. Seu objetivo é estimular a criação de um grande laboratório farmacêutico de capital nacional. O negócio é avaliado em mais de US$ 1 bilhão. O banco já conversou com três empresários nacionais, segundo as fontes. A EMS, maior farmacêutica do País, teria ficado de fora da proposta. O motivo: ela e a Medley têm, juntas, 70% do mercado de genéricos, situação que enfrentaria barreiras nos órgãos de defesa da concorrência. O vice-presidente de operações da brasileira Eurofarma, Nelson Mussolini, afirma que nem chegou a analisar a possibilidade. O Aché, outro dos três brasileiros em questão, não quis se pronunciar. Até ontem, não havia nenhum pedido em tramitação no BNDES acerca de uma eventual compra da Medley. A Medial também é apontada como possível compradora. Quarto maior laboratório do Brasil, a Medley fatura R$ 700 milhões (US$ 429,4 milhões) por ano e disputa a liderança do mercado de genéricos com a EMS. Procurada, a empresa nega que esteja à venda. A Teva, maior fabricante de genéricos do mundo, tem uma presença marginal no País. Ela ainda não tem produção local, mas o Brasil - ao lado do Japão, México e Rússia - aparece como prioritário para a companhia. Segundo informações do planejamento estratégico da matriz, divulgado para os investidores neste ano, o mercado brasileiro de genéricos é o que mais vai crescer no mundo até 2012. Sairá dos atuais US$ 1,5 bilhão para US$ 4,6 bilhões. A Sanofi-Aventis ainda está longe do seu objetivo no Brasil. Os seus genéricos são vendidos sob a marca Winthrop, criada no mundo em janeiro de 2005. No Brasil, as vendas só começaram em agosto do ano passado. Como se trata de uma novata, a participação dela nesse segmento é pequena. Segundo a assessoria de imprensa, a Sanofi não tem interesse na Medley.