19/11/10 15h34

Kroton busca aquisições e retomada da rentabilidade

Valor Econômico

Após finalizar a integração do instituto de ensino superior Iuni, comprado em março, a Kroton passou a dar foco a novas oportunidades de aquisições. As negociações nesse sentido voltaram a ganhar força em setembro e a expectativa é anunciar ao mercado uma "novidade" no ano que vem, possivelmente entre o segundo e o terceiro trimestre. Na nova fase da companhia, o executivo Rodrigo Galindo assumirá em janeiro a presidência da Kroton, sucedendo Luiz Kaufmann, que deixará a presidência em 31 de dezembro, após cumprir seu contrato e finalizar a incorporação do Iuni - o principal objetivo da empresa este ano.

Caberá a Galindo comandar um novo movimento de consolidação da empresa e buscar uma retomada dos níveis de rentabilidade perdidos durante o período de integração do Iuni. "Vamos buscar um crescimento orgânico alinhado ao desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), mas precisaremos completar esse avanço com aquisições", afirma Galindo. "Nossa área de M&A (sigla em inglês para 'fusões e aquisições') já recebeu o sinal verde para prospectar aquisições." Segundo o executivo, a lista de alvos é extensa, mas as "conversas mais estruturadas" envolvem dois ou três ativos, cujos nomes são mantidos em sigilo. Galindo adianta que a meta é anunciar algo ao mercado no fim do primeiro semestre ou no início da segunda metade de 2011.

Para voltar às compras, a Kroton tem R$ 41 milhões (US$ 24,1 milhões) em caixa e linhas de crédito pré-aprovadas. Eventualmente, os recursos também poderão vir da venda de unidades de ensino. De acordo com Galindo, existem mais oportunidades de aquisição no ensino superior. No entanto, negócios no setor de educação básica também estão no radar. O grupo, que tem como acionista o fundo de private equity Advent, já atua no segmento e é dono do sistema de ensino Pitágoras.

A partir de agosto, a Kroton passou a contabilizar os ganhos de sinergias decorrentes da incorporação do Iuni, que já somam R$ 35 milhões (US$ 20,6 milhões) em bases anualizadas. No ano que vem, a expectativa é que esse número supere R$ 40 milhões (US$ 23,5 milhões). A partir de agora, o grupo educacional também espera retomar a rentabilidade e ganhar folga nas margens operacionais. Até 2013, a meta é elevar para a faixa de 22% a 23% a margem de geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida). Em valores recorrentes, essa margem ficou em 9,5% no período de janeiro a setembro.