24/03/11 11h53

KPMG compra operação da BDO no Brasil por US$ 88,2 milhões

O Estado de S. Paulo

A empresa de auditoria e consultoria internacional KPMG, presente em 144 países, vai anunciar em breve a compra de 100% da operação brasileira da BDO, a antiga Trevisan Auditores. Negociada há pelo menos seis meses, a empresa de auditoria foi avaliada em cerca de R$ 150 milhões (US$ 88,2 milhões), segundo o Estado apurou. É a segunda aquisição de uma companhia local do setor por uma multinacional em menos de um ano. Em agosto do ano passado, a britânica Ernst & Young, concorrente da KPMG, anunciou uma fusão com a Terco, criando uma nova companhia com faturamento conjunto estimado em R$ 650 milhões (US$ 382,4 milhões).

A Trevisan Auditores uniu-se à BDO em 2004. Há três anos, Antoninho Marmo Trevisan, fundador da companhia em 1983, vendeu sua parte para os sócios e a empresa passou a se chamar apenas BDO. A companhia ocupava o quinto lugar no ranking do setor, atrás de PricewaterhouseCoopers, Deloitte, Ernst & Young e KPMG. É forte em pequenas e médias empresas, mas também tem clientes com capital aberto em bolsa. Em 2010, seu faturamento foi de R$ 115 milhões (US$ 65,3 milhões). No ano fiscal terminado em 30 de setembro do ano passado, a KPMG teve um faturamento de R$ 538 milhões (US$ 305,7 milhões) no Brasil. Juntas, portanto, as duas companhias somam faturamento muito semelhante ao da também recém-criada Ernst & Young Terco.

A antiga Trevisan tinha 28 sócios e 1.200 profissionais espalhados por 18 escritórios no País. Apenas um sócio não vai migrar para a KPMG. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, esse sócio será responsável pelo processo de transição na empresa que passará a fazer parte da rede global de auditorias BDO no Brasil, que funciona como uma espécie de franquia. Ou seja: a BDO não compra a estrutura, mas empresta seu nome ao parceiro local.