23/10/10 13h56

Kinea, do Itaú, capta US$ 153 mi em fundo imobiliário

O Estado de S. Paulo

O Kinea, braço de investimentos do Itaú, encerrou nesta semana a captação de um fundo imobiliário de R$ 260 milhões (US$ 153 milhões) para investimentos em edifícios de escritórios e centros de logística. Trata-se do primeiro fundo lastreado em aluguéis - a instituição mantinha opção de investimento em incorporação residencial, com capital de R$ 150 milhões (US$ 88,2 milhões). Mesmo antes do fim da captação, R$ 170 milhões (US$ 100 milhões) foram aplicados na compra de dois edifícios no Centro do Rio de Janeiro. Os dois prédios têm como clientes a Caixa e Banco do Brasil, embora hoje sejam ocupados pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).De acordo com o responsável pela área imobiliária do Kinea, Carlos Martins, a intenção inicial era levantar R$ 350 milhões (US$ 206 milhões), mas o valor diminuiu porque as negociações de um imóvel que o fundo tinha em vista não foram adiante. O executivo diz que o objetivo é investir os R$ 90 milhões (US$ 53 milhões) restantes em São Paulo, em regiões como Faria Lima, Vila Olímpia ou Avenida Paulista. O investimento se justifica pela baixa taxa de vacância de áreas de escritórios em São Paulo e no Rio. Segundo a consultoria Jones Lang LaSalle, o equilíbrio do mercado é de 15% de áreas disponíveis - porém, na Vila Olímpia, os espaços vagos somam 3,4%. Martins diz que o Kinea prioriza o item localização na hora de escolher seus imóveis. Como a intenção é comprar edifícios inteiros, a chance de que o fundo venha a atuar em prédios "AAA" é pequena: neste segmento, o valor de um empreendimento pode passar de R$ 1 bilhão (US$ 588 milhões). A entrada do banco de investimento do Itaú neste mercado não é casual. O patrimônio líquido dos fundos imobiliários teve forte crescimento este ano, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), somando R$ 7 bilhões (US$ 4,1 bilhões) ao fim de setembro. No fim de 2009, o valor estava em R$ 5,1 bilhões (US$ 2,6 bilhões). Para captar R$ 260 milhões (US$ 153 milhões), o Kinea recorreu a correntistas do Itaú Personnalité - foram 2,7 mil, que aplicaram um mínimo de R$ 30 mil (US$ 17,7 mil). Martins, do Kinea, diz que o fundo é perpétuo e a intenção é expandir a captação: "Vamos pulverizar o risco."