02/09/08 14h50

Kibon aplica US$ 25,8 milhões em 24 lançamentos

Valor Econômico - 02/09/2008

O tempo não ajudou muito as vendas de sorvetes este ano. Segundo a consultoria Climatempo, uma massa polar nas regiões Sul e Sudeste - onde estão concentrados 80% do consumo do doce - fez o frio chegar mais cedo e de forma mais intensa. A auditoria da Nielsen registrou o efeito: queda de 2,4% em volume entre janeiro e julho desse ano. Mas a Kibon, marca da Unilever que lidera a venda nacional em valor, já está pronta para a abertura dos guarda-sóis: no último trimestre do ano, as temperaturas estarão acima da média no Sudeste, que responde sozinho por 65% do consumo nacional. A empresa vai investir R$ 42 milhões (US$ 25,8 milhões) em 24 lançamentos para a temporada de primavera-verão, com a proposta de fazer uma nova campanha promocional na internet, assim como foi a que distribuiu iPods no ano passado. "No Brasil, a venda de sorvete ainda está muito vinculada ao tempo, o que acaba restringindo a compra às épocas mais quentes do ano", diz Sebastian Reyes, vice-presidente da categoria sorvetes da Unilever Brasil. Curiosamente, no Nordeste, a região mais quente do país, são registradas apenas 10% das vendas. Além disso, diz ele, a categoria é considerada uma guloseima em vez de opção de alimento. A maior aposta da empresa é associar o consumo de sorvete a uma prática saudável. A linha Fruttare, por exemplo, acaba de receber o selo de qualidade do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). "É a primeira vez que o Ibraf confere esse selo à categoria", afirma Reyes. Os novos sabores que integram a linha este ano são açaí e acerola. Uma das novidades da Kibon é o Sonho de Valsa e Ouro Branco em potes de 2 litros, fruto da parceria de quatro anos com a Kraft, que cede suas marcas de chocolate à Kibon. Outros lançamentos são sorvetes de milho e coco queimado. De acordo com a Nielsen, as vendas de sorvete estão em ascensão: o mercado movimentou R$ 1,86 bilhão (US$ 963,7 milhões) no ano passado, com alta de 17,3% sobre 2006. Em volume, foram consumidas 235 mil toneladas, o que representou uma alta de 17,6% sobre o ano anterior. Apesar de ser um país tropical, o Brasil ocupa a 12ª posição no consumo per capita mundial, com 3,09 litros ao ano. Perde longe para a líder Nova Zelândia (26,4 litros ao ano por pessoa), para os Estados Unidos (22,5 litros) e até para o Chile, dono de um índice de 6,5 litros por consumidor ao ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes (Abis).