28/03/11 11h33

Kalunga planeja mais lojas e novo centro de distribuição

Valor Econômico

Discretíssima e sempre reservada em relação aos negócios, a Kalunga acabou se tornando um daqueles casos raros do varejo brasileiro. Mesmo quando pouco se movimenta, ela consegue crescer. No ano passado, inaugurou cinco lojas apenas, e o faturamento bruto aumentou 17,5% (o setor cresceu 18%, incluindo novas lojas, aponta o IBGE). Com 60 lojas, a varejista alcançou a marca do R$ 1 bilhão (US$ 568,2 milhões) em vendas em 2010, período em que apesar da expansão, a empresa acha que "nem foi tão bem", critica, sem sinal de constrangimento, Roberto Garcia, filho do fundador Damião Garcia. "Tivemos gargalos. Vendemos muito e não estávamos preparados. Acabamos tendo que reorganizar nossa estrutura para dar conta. Mas aprendemos", diz Roberto, ao lado do irmão Paulo Garcia.

Os dois empresários acham que podem mostrar um pouco mais o que pretendem fazer e como. Parte desses novos planos para a empresa já estão saindo do papel. A rede está montando um banco de terrenos para abrir 20 lojas por ano em 2011 e 2012, com investimento previsto de cerca de R$ 1 milhão (US$ 588,2 mil) por loja. Existem hoje 22 terrenos já adquiridos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. Segundo a linha de frente, o plano é mais que dobrar a receita bruta da companhia em cinco anos. A Kalunga quer crescer 20% ao ano até 2015, o que levará o faturamento a R$ 2,1 bilhões (US$ 1,24 bilhão) em cinco anos. É algo que virá não só das novas lojas, como da expectativa de maior demanda do mercado corporativo, responsável por 65% da receita do grupo.

Há ainda outro movimento. Está em discussão na Kalunga a criação de um novo modelo de loja para os próximos anos. A rede estuda a criação de pontos com metragens menores, de 400 metros a 500 metros quadrados (as aberturas previstas para abril chegam ao dobro disso). É o espaço ideal para que a Kalunga caiba dentro dos novos shopping centers. Um terço das recentes inaugurações da rede já tem acontecido hoje nesses empreendimentos. "Seria uma espécie de "Kalunga Express" ou "Kalunga Office", com o máximo de mix de produtos que pudermos ter", diz Roberto, sem precisar quantas lojas a serem inauguradas caberiam nesse novo modelo.

A Kalunga irá abrir um novo CD, que deverá ser o único da rede no Brasil. Vai reunir todo o estoque - a rede vende todo mês 1,2 milhão de canetas BIC e acima de mil toneladas de papel. O novo terreno fica em Itaquaquecetuba (SP) e tem 61 mil metros quadrados de área útil, 60% maior que os dois CDs juntos. "Acho que isso nos garante alguma tranquilidade por uns 10 ou 12 anos", torce Paulo. O investimento, que começa neste ano e vai até fim de 2012, será de R$ 50 milhões (US$ 29,4 milhões).