02/11/09 11h05

Juro menor e prazo maior turbinam Natal

Folha de S. Paulo

O consumidor vai gastar mais, comprar mais a prazo e ter mais acesso a artigos importados neste final de ano. O aumento na demanda, previsto entre 5% e 20% em relação a igual período de 2008, quando o mundo viveu o auge da crise financeira, pode levar até à falta de modelos e de marcas de produtos, como é o caso de televisores de LCD e de plasma. Esse é o cenário previsto por representantes da indústria e do comércio e por economistas para este último trimestre.

E o que proporciona esse ambiente mais favorável ao consumo são a melhora na confiança do consumidor e do empresariado na economia, o crescimento do emprego e da renda, a inflação sob controle, taxas de juros menores, além da perspectiva de o Brasil estar entre os países com mais potencial para crescer no ano que vem, ficando atrás da China e da Índia. A oferta de importados será maior porque caiu a demanda mundial e as sobras da produção devem ser direcionadas para os países com maior potencial de consumo, como o Brasil.

O comércio e a indústria se preparam para dar conta do crescimento nas vendas. As lojas elevaram em até 15% as compras da indústria para este fim de ano. E as fábricas aumentaram a produção -desde abril, o uso de capacidade da indústria de transformação vem subindo e alcançou 82,9% em outubro, segundo levantamento do Ibre, da FGV. Casas Bahia, Magazine Luiza, Lojas Cem, Pão de Açúcar, PB Kids e Armarinhos Fernando elevaram estoques de mercadorias em até 20% para dar conta de uma demanda maior.

Neste último trimestre do ano, segundo previsão da RC Consultores, a produção industrial deve crescer 6,2%; o volume de vendas do comércio, 5,1%; e a massa real de rendimento do trabalhador, 1,4%, sobre igual período de 2008. A LCA Consultores já estima expansão de 6,5% nas vendas do varejo e de 4,9% na produção industrial nesse período.

Novo indicador da Fecomercio-SP -o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF)- revela o ânimo do consumidor para comprar no final de ano. Em setembro, o índice atingiu 127,8 pontos, representando alta de 6% sobre agosto. Em outubro, ficou em 131,6 pontos, o que significou 3% de aumento sobre setembro. O ICF considera percepção das famílias sobre consumo, orçamento, renda e emprego.