04/05/11 11h27

Jogos Olímpicos e Copa atraem ao Brasil atenção da chinesa Hytera

Valor Econômico

Se o mercado brasileiro é visto hoje por muitas empresas estrangeiras como um "negócio da China", entre outros motivos devido à realização de eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada, a Hytera - fornecedora de equipamentos de radiocomunicação - pretende levar essa expressão ao pé da letra. A fabricante chinesa está investindo na abertura de um escritório no Brasil. A nova estrutura será a primeira da companhia na América Latina e vai centralizar os negócios na região.

Com a experiência acumulada em eventos como os Jogos Olímpicos de Pequim, realizados em 2008, a Hytera espera aproveitar as perspectivas de negócio criadas na trilha das duas competições programadas para o Brasil. "Queremos fornecer equipamentos tanto para a organização dos eventos como para as obras de infraestrutura que giram em torno deles", diz Thomas Ferrari, vice-presidente de vendas e comércio da Hytera América. O executivo vai liderar a operação no país.

Presente no Brasil desde 2004, a Hytera atuava por meio de dois distribuidores exclusivos e uma rede de cerca de 200 revendas. O comando da operação era de responsabilidade do escritório da empresa em Miami. A unidade brasileira vai abrigar as áreas de vendas, marketing, engenharia, suporte e manutenção. O objetivo, diz Ferrari, é melhorar os serviços de suporte e manutenção prestados pelas revendas, bem como treinar esses parceiros para a venda de novas tecnologias.

Seguindo uma tendência comum entre as principais fabricantes do setor, como Motorola e Kenwood , a Hytera aposta na migração da oferta de rádios analógicos para os digitais. Os novos equipamentos adicionam recursos como transmissão de dados, encriptação das chamadas de voz e o uso de aplicativos de localização. Segundo Ferrari, a estratégia da Hytera será reforçar a venda da nova oferta de produtos a empresas de construção, transportes, segurança, energia e petróleo. Embora não revele investimentos e receitas da Hytera no Brasil, a companhia projeta um crescimento anual superior a 50% no país até 2014.

Com fabricação em Hong Kong, Ferrari não descarta produzir, em médio prazo, os equipamentos no Brasil, seja por meio de fabricação própria ou de terceiros. "Tudo dependerá da resposta do mercado", diz o executivo.